Estado Islâmico suspende extracção de petróleo na Síria após ataques aéreos

Pentágono confirma quarta noite de bombardeamentos contra alvos jihadistas no país.

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Caças F-15 sobrevoam o Norte do Iraque após ataques na Síria Matthew Bruch/ US Air Force/Reuters

Os ataques aéreos obrigaram o Estado Islâmico a parar a extracção de petróleo em seis campos que controla na província no Leste da Síria, revelam fontes locais na mesma altura em que o Pentágono confirmou que, pela quarta noite consecutiva, a aviação bombardeou alvos jihadistas.

“A extracção de petróleo parou por causa da situação de segurança. Todas as explorações foram paradas, com excepção da de Coneco, que fornece o combustível para a produção de electricidade em seis províncias”, disse à AFP Leith al-Deiri, um activista que reside em Deir Ezzor, capital da província com o mesmo nome.

Um outro militante, que fugiu da zona mas diz continuar em contacto com os habitantes, afirma que os poços não foram atingidos pelas bombas – que se concentraram nas refinarias –, mas a extracção foi “temporariamente suspensa” porque os ataques estão a impedir os intermediários de irem até à zona comprar crude. “Antes havia tanta gente que era preciso esperar quatro dias para ser atendido”, acrescentou Rayan al-Furati.

Durante a noite de quarta para quinta-feira, aviões dos EUA, da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos bombardearam pela primeira vez refinarias petrolíferas em poder do Estado Islâmico, no arranque de uma nova frente da estratégia contra os radicais. O objectivo é estrangular uma das principais fontes de financiamento do grupo, que em Junho proclamaram um califado nos territórios que conquistaram, do nordeste da Síria ao norte do Iraque.

O Departamento de Defesa norte-americano confirmou, nesta sexta-feira, que voltou a atacar a zona, reivindicando a destruição de quatro blindados na província de Deir Ezzor. O Observatório Sírios dos Direitos Humanos, que recolhe informações de activistas na Síria, diz que a aviação aliada voltou a bombardear instalações petrolíferas e um centro de comando nas províncias de Deir Ezzor e al-Hasaka (Nordeste), sem adiantar se os ataques provocaram baixas.

O Observatório chegou a adiantar, na quarta-feira, que os aviões tinham atacado posições dos jihadistas que cercam a cidade curda de Kobani, junto à fronteira com a Turquia, mas o Pentágono não confirmou essa informação. O certo é que os combates na zona se intensificaram desde o início da ofensiva americana: nesta sexta-feira os jihadistas aproximavam-se da cidade, de onde fugiram já mais de 140 mil pessoas, e dois obuses disparados nos combates com a guerrilha curda tombaram em solo sírio.

A aviação americana mantém-se também à ofensiva no Iraque onde na noite passada foram bombardeados sete alvos dos jihadistas, incluindo uma posição nos arredores de Bagdad.

Na frente iraquiana, os EUA contam, para já, apenas com o apoio da Força Aérea francesa, mas nesta sexta-feira o Parlamento britânico deverá aprovar a moção que autoriza a participação do país naquela frente de combate ao Estado Islâmico. O Governo dinamarquês anunciou também que vai enviar sete caças F-16 para participar nos ataques no Iraque, dando por garantida que a missão será aprovada em breve pelo Parlamento. Já antes, também a Bélgica e a Holanda tinham anunciado que iriam participar na coligação, cada um com seis aviões de combate.

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