Marinha italiana resgata 170 crianças que viajavam em embarcações ilegais no Mediterrâneo

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Os barcos tentavam chegar à Sicília MARINA MILITARE/AFP

A marinha italiana resgatou em apenas dois dias cerca de 1000 imigrantes ilegais, incluindo 170 crianças. As duas embarcações de madeira foram encontradas ao sul da cidade de Capo Passero, Sicilia.

Na segunda-feira resgataram aproximadamente 488 imigrantes, incluindo 133 crianças e 62 mulheres, já esta terça-feira o barco de patrulha italiana San Giorgio resgatou 462 imigrantes de um outro barco: 37 eram crianças.

Em comunicado, a Marinha italiana anunciou ter localizado dois barcos de madeira com mais de 150 crianças a bordo e pelo menos 200 mulheres. A Marinha não confirma o número total de imigrantes ilegais nas embarcações, mas estima-se serem aproximadamente 1000 as pessoas que foram resgatadas. Uma das embarcações sofreu uma avaria e teve mesmo que ser rebocada, acrescentaram as autoridades italianas. Não há qualquer morte confirmada.

As operações de resgate foram prejudicadas devido aos mares revoltos e só terminaram no fim da manha de terça-feira.

A organização não-governamental Save the Children está bastante preocupada com esta situação já que o número de menores que estão a imigrar sem qualquer acompanhamento parental tem aumentado “gravemente”. Enquanto a maioria das crianças com menos de 10 anos que chegam a Itália vêm com as suas famílias, muitos adolescentes estão a viajar sozinhos e a Save the Children denuncia que não há instalações adequadas para os acomodar e proteger.

O aumento da imigração ilegal para Itália tem sido gritante. Segundo a agência noticiosa Associated Press, chegaram este ano a Itália mais de 26 mil imigrantes ilegais até agora, o que corresponde a um aumento de 850% em relação ao mesmo período do ano passado.

O ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, é da opinião que o seu país deve desafiar as regras impostas pela União Europeia no que concerne ao asilo dos imigrantes ilegais, se não conseguir mais ajudas em relação ao patrulhamento das fronteiras marítimas italianas.

"Nós vamos deixá-los ir ", afirmou, referindo-se a um acordo da EU em que os imigrantes devem permanecer no país a que chegam até o seu estatuto de refugiados estar concluído.

As autoridades italianas acreditam que grande parte dos resgatados nestes dois dias provém da Síria, fugindo da guerra. Os restantes são do Egipto e Bangladesh. Segundo a agência de fonteiras da EU, o número de imigrantes sírios que tentaram passar ilegalmente as fronteiras europeias cresceu aproximadamente 300%. Em 2012 foi cerca de 7 mil e 500, já em 2013 o número ultrapassou mesmo os 25 mil. Ainda não há previsões para este ano, mas acredita-se que devido à continuação do conflito sírio, o número deverá aumentar drasticamente.

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