Jerónimo de Sousa acusa Governo de “crime social, económico e financeiro”

Líder do PCP esteve em Guimarães.

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Para Jerónimo de Sousa, o que “determina as soluções para a governação são as maiorias que se formem na AR” Enric Vives-Rubio

Em Guimarães, na "capital" do calçado "mas também dos salários baixos", durante um comício do PCO, Jerónimo de Sousa responsabilizou o Presidente da República por colaborar com o Governo e alertou que "não há saída da crise sem que a questão dos juros, prazos e quantitativos de resolva".

O líder comunista realçou que se aproxima uma "batalha eleitoral importante", as eleições europeias, em maio, numa altura em que a Europa está marcada pelo "aprofundamento" do neoliberalista e federalismo, pelo que o voto da CDU é um "decisiva opção" para "assegurar o direito a um desenvolvimento soberano" de Portugal.

"Nós acusamos este Governo, e responsabilizamos o Presidente da República, e todas as instituições que com eles colaboram, por serem autores deste crime social, económico e financeiro que se está a praticar", acusou Jerónimo de Sousa.

Segundo o líder comunista, a maioria que sustenta o Governo está a levar a efeito uma "campanha de ilusionismo politico", "uma campanha de propaganda e mistificação da realidade que quer fazer crer que o pior já passou".

Mas para Jerónimo de Sousa é "indisfarçável" a pretensão do Governo de "transformar em definitivos todos os roubos perpetrados aos trabalhadores e aos reformados", feitos de "forma premeditada" para "impor a sua política de empobrecimento e rebaixamento do nível de vida do povo".

Referindo-se à chegada da data para a saída de Portugal do programa de ajuda financeira, o líder comunista avisou que as saídas apontadas pelo Governo, saída à Irlandesa, programa cautelar ou saída limpa, significam "continuação de medidas de austeridade e de colonização do país pela Europa da oligarquia financeira e do directório das grandes potências".

Jerónimo de Sousa considerou que a União Europeia está "marcada pelo aprofundamento dos pilares neoliberal, federalista e militarista" com consequências para Portugal.

A campanha para as eleições europeias em maio, definiu, será uma de esclarecimento e de "denúncia da conivência das forças da política de direita nacional e do actual Governo e da sua identificação com as orientações, objectivos e natureza do processo de integração capitalista europeu".

Apelou, por isso, ao voto na CDU "como a mais decisiva opção para assegurar o direito de Portugal a um desenvolvimento soberano e um outro rumo para a Europa" e como "a mais segura contribuição para a inadiável derrota do Governo e para dar força à construção da alternativa".

O discurso do líder comunista foi ainda marcado por criticas ao PS, que, segundo Jerónimo de Sousa, apoiou medidas que serviram apenas para "engordar os grandes económicos e empobrecer o país", assim como a reforma do IRC que, para o PCP "quer transformar o país num paraíso para o capital".

O secretário-geral do PCP questionou como é que o "país sai do atoleiro", com uma "política de concentração de riqueza, de desendividamento dos banqueiros que puseram a salvo os milhões dos negócios de agiotagem".

"Levaram daqui a carne e deixaram só os ossos para o povo roer", finalizou.

 

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