Rivais da Apple lamentam morte de Steve Jobs

A Nokia, a Sony e a Samsung são três das empresas que tiveram muito a perder com os rasgos criativos de Steve Jobs. Apesar de rivais da Apple, a morte do lendário CEO da empresa californiana reserva aos seus concorrentes uma única reacção: palavras de lamento e elogios ao génio visionário da Apple.

A empresa finlandesa Nokia, outrora um gigante quase inabalável da indústria dos telemóveis, vê-se agora numa posição melindrosa. Não é para menos. O iPhone, o popularíssimo smartphone da empresa da maçã que veio revolucionar, literalmente, a forma como mexemos nos nossos gadgets, tornando-os tácteis, veio destronar os simples e fiáveis aparelhos made in norte da Europa, custando à Nokia muitos e muitos milhões de euros no mercado global.

Paralelamente, a Nokia e a Apple estiveram encarniçadamente beligerantes nos tribunais por uma questão de patentes. O machado de guerra só foi enterrado em Junho, quando a fabricante finlandesa ganhou a grande batalha final, pondo fim a um litígio legal que durava desde 2009. A Apple concordou então em pagar um montante inicial à Nokia e continuar a fazer pagamentos enquanto utilizar no iPhone as tecnologias em disputa.

Apesar de tudo isto, após a morte de Jobs, as palavras do CEO da Nokia, Stephen Elop, não podiam ser mais elogiosas, classificando o ex-homem-forte da Apple como um “visionário" da inovação tecnológica. "A paixão de Steve pela simplicidade e elegância deixa-nos um legado que irá perdurar por gerações. Hoje, os meus pensamentos e os de todos os que trabalham na Nokia estão com os seus amigos e familiares", disse Elop num breve comunicado.

Já a Sony viu o seu indisputado mercado da música portátil - que na década de 1980 popularizou o Walkman e na década de 1990 popularizou o Discman - definitivamente ameaçado a partir de 2001, quando a Apple lançou o iPod. O aparelho transformou-se numa marca produto. Ou seja, deu nome a todos os outros aparelhos que serviram para reproduzir música na era do mp3. O lançamento da loja iTunes, onde os utilizadores puderam começar a comprar online álbuns inteiros ou apenas músicas individualmente, catapultou definitivamente para a fama o CEO da Apple, que deixava assim a Sony cada vez mais para trás neste domínio.

Porém, depois de tomar conhecimento da morte de Jobs, o presidente da multinacional japonesa, Howard Stringer, declarou: “A era digital perdeu a sua estrela-guia, mas a inovação e a criatividade de Steve vão continuar a inspirar sonhadores e pensadores durante gerações”.

Por fim, a multinacional sul-coreana Samsung - que produz computadores, tablets e telemóveis - também está embrenhada numa feia luta de patentes com a empresa californiana. Em Abril passado, a Samsung processou a Apple em resposta a um processo aberto inicialmente pela multinacional americana em que acusa a sul-coreana de imitar o iPhone e o iPad (aparelhos da linha Galaxy, incluindo o tablet).

Pondo para trás das costas este novelo de guerras judiciais e num tom conciliador, o presidente da Samsung, Choi Gee-sung, homenageou Steve Jobs: “[Ele] introduziu numerosas mudanças revolucionárias na indústria da tecnologia e foi um grande empreendedor".

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