Tunísia, uma plataforma virada para a África, o Médio Oriente e a Europa

A Tunísia tornou-se o primeiro país árabe a ir até ao fim do processo democrático.

Com a revolução de 14 de janeiro de 2011, a Tunísia abriu uma nova página da história euromediterrânica.

Ultrapassando um caminho difícil e complexo, a Tunísia conseguiu concretizar o sonho de todos os povos que vivem ainda sob ditadura.

Assim, depois de um regime de mais de meio século sem partilha, a Tunísia tornou-se o primeiro país árabe a ir até ao fim do processo democrático. Com a adoção, a 27 de janeiro de 2014, da nova Constituição, a Tunísia alcançou uma realização essencial, demonstrando que a Primavera Árabe é uma realidade.

O processo constituinte conseguiu estabilizar uma situação crítica, difundir a confiança e devolver a esperança aos tunisinos.

A Constituição, um texto de consenso e de compromisso, faz da Tunísia um Estado civil, a sua religião o Islão, assegura os princípios universais dos Direitos Humanos, e consagra a paridade em todas as assembleias eleitas.

Esta evolução política da transição democrática na Tunísia é uma enorme oportunidade no plano económico.

Além das vantagens fundamentais da Tunísia: posição geoestratégica, sociedade instruída, vantagens fiscais, infra-estruturas…, a Tunísia é uma plataforma de expansão virada para a África, o Médio Oriente e a Europa do Sul.

Depois de décadas de desenvolvimento socioeconómico e de industrialização, a Tunísia dispõe de numerosas vantagens concorrenciais: disponibilidade em mão-de-obra qualificada, bom nível das infra-estruturas e dos equipamentos, fiscalidade vantajosa para as empresas estrangeiras…

A renovação do contrato tunisino com os seus parceiros, que é largamente justificado pela transição democrática em curso, produziria importantes efeitos tanto na Tunísia como nos países parceiros.

Além da dimensão regional da economia tunisina, que reveste uma importância inédita, a sua posição geoestratégica, entre a Líbia e a Argélia, às portas da Europa, a norte, e de África, ao sul, abre perspetivas inegáveis.

Com o seu papel precursor na democratização da região e o êxito do seu processo de transição, a Tunísia constituirá no futuro uma base regional de primeiro plano: no Magrebe mas também em África.

É nesta base que a Tunísia e Portugal são hoje chamados a otimizar todas as oportunidades e a ocupar o palco antes que seja demasiado tarde.

Os setores da indústria, do turismo, da agricultura, dos TIC, dos serviços e muitos outros estão na mira.

Para pavimentar a via da Tunísia no sentido de uma democratização definitiva e acompanhá-la na sua modernização económica e social num espírito de ganhos mútuos, um grande número de projetos está aberto aos investidores nas áreas da energia, nomeadamente as energias renováveis, das infra-estruturas, do setor agro-alimentar, do turismo…

As grandes obras em projeto são também uma oportunidade para as empresas que desejam internacionalizar-se, aproveitando a proximidade geográfica da Tunísia e o seu sítio pitoresco sobre o Mediterrâneo, o Mare Nostrum.

Embaixadora da Tunísia em Lisboa

 

 

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