Os espanhóis já não amam o seu rei

Sondagem mostra uma crescente taxa de impopularidade do monarca. Salva-se o herdeiro, Felipe.

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O rei Juan Carlos com a rainha Sofia JAVIER SORIANO/AFP

A opinião pública em Espanha virou-se contra o rei Juan Carlos e a favor do seu filho Felipe, mostra uma sondagem publicada este domingo pelo jornal El País e que foi realizada antes de ser conhecida a acusação à sua filha infanta Cristina, relacionada com o caso de enriquecimento ilícito que envolve o seu marido Iñaki Urdangarin.

Naquele que está a ser o annus horribilis de Juan Carlos, iniciado em Abril de 2012, quando os espanhóis – já a braços com a crise e as consequentes medidas de austeridade – ficaram a saber de uma caçada milionária no Botswana, nada parece correr bem ao monarca de 75 anos. Sucederam-se histórias de amantes e de segredos e mentiras e agravaram-se as alegações de corrupção contra Urdangarin, num caso em que a justiça tenta agora apurar as ligações à infanta Cristina e mesmo ao próprio rei.

A sondagem mostra que 53% dos espanhóis desaprovam a forma como o rei está a desempenhar as suas funções, atribuindo-lhe uma taxa de aprovação de 11 pontos negativos (era de 21 pontos positivos em Dezembro).

A taxa de aprovação do príncipe Felipe também desceu mas mantém-se bastante favorável (28 pontos positivos contra os 37 em Dezembro). Aos 45 anos, o herdeiro do trono de Espanha ainda não foi afectado pelos escândalos da família e tem beneficiado de uma imagem positiva que o mostra como um activo defensor dos interesses de Espanha.

Uma sondagem realizada em Janeiro já mostrava que 45% dos espanhóis defendem a abdicação do rei Juan Carlos a favor do príncipe Felipe.

O inquérito deste domingo mostra que “o rei perdeu apoio principalmente junto dos eleitores socialistas e dos mais jovens”, escreve o El País. Os inquiridos com idades enre os 18 e os 34 anos atribuíram 41 pontos negativos ao rei.
 

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