EUA pedem "flexibilidade" nas negociações com a Grécia

Secretário do Tesouro sublinha o impacto que a saída do euro teria numa "economia moribunda".

Foto
Economia grega enfrenta um enorme desafio sob os olhares da comunidade internacional BERTRAND LANGLOIS/AFP

O secretário norte-americano do Tesouro, Jacob Lew, considera que a saída da Grécia da zona euro teria um grande impacto na "economia moribunda" do país e na população grega.

Numa entrevista à televisão norte-americana CNN, Jacob Lew disse que não queria fazer prognósticos sobre o que poderia acontecer com uma saída da Grécia da zona euro, apelando a que haja "flexibilidade" nas negociações entre o país e os credores sobre a assistência financeira.

"É óbvio que sem a Grécia [na zona euro] a consequência de um falhanço significaria uma terrível, terrível queda da economia. Iria prejudicar o povo grego, que será o primeiro a suportar os custos", afirmou.

A propósito da cimeira de chefes de Estado e de Governo da zona euro, que decorre na segunda-feira, Jacob Lew falou em "flexibilidade" nas negociações, com a Grécia a ter que tomar uma posição com vista a um entendimento.

As declarações deo responsável norte-americano surgem no mesmo momento em que o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, disse, numa entrevista publicada este domingo pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitungque a chanceler alemã, Angela Merkel, "está perante uma escolha decisiva" na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da zona euro, que decorre na segunda-feira.

Varoufakis coloca pressão sobre Angela Merkel, uma das líderes da zona euro que estará presente na Cimeira sobre a Grécia, dizendo que "deve tomar uma decisão clara".

Merkel pode "entrar num acordo digno com um Governo que rejeitou o 'pacote de resgate' e está à procura de uma solução negociada, ou seguir os apelos do (ou daqueles) governos que querem lançar ao mar o único Governo grego que tem sido fiel aos seus princípios e que é capaz de levar o povo grego no caminho da reforma", afirmou o titutar da pasta das Finanças de Atenas.

Em causa, segundo Varoufakis, está a possibilidade de negociar um acordo de resgate com Atenas ou atender aos "apelos populistas" para "abandonar um país devastado pela dívida", segundo o jornal alemão.

"Do nosso lado, iremos com determinação para Bruxelas, para alcançarmos novos compromissos, contanto que não sejamos convidados a fazer o que os governos anteriores fizeram: aceitar novas dívidas em condições que oferecem pouca esperança de a Grécia pagar suas dívidas", salientou.

Varoufakis não especificou, no entanto, quais os compromissos que a Grécia está disposta aceitar ou no que poderá vir a ceder.

Sugerir correcção
Ler 9 comentários