Enchente de imigrantes clandestinos em Lampedusa

Organizações lançam alerta sobre vaga de imigrantes a chegar à ilha. Há crianças a dormir no chão.

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Imigrantes que desembarcaram em Lampedusa esta quinta-feira REUTERS/Alessandro Bianchi

A ilha italiana de Lampedusa está a receber uma enchente de imigrantes clandestinos, de tal modo que há crianças a dormir ao relento à espera de apoio.

Um navio com 200 pessoas foi interceptado perto da ilha no domingo passado, e este sábado, um barco pneumático foi resgatado pela marinha italiana com 34 pessoas a bordo, entre os quais 21 homens, nove menores e quatro mulheres. Todos os ocupantes estão a salvo, e na ilha, esperando registo no centro de acolhimento.

Em Lampedusa estavam já cerca de 800 imigrantes – quando o centro de acolhimento da ilha tem condições para acolher 250 pessoas, em transição para outros locais. No sábado, houve mesmo uma manifestação de cerca de 200 imigrantes que saíram do centro de acolhimento, na sua maioria mulheres e crianças, e foram até à câmara municipal, para exigir que resolvessem o seu problema, relata o jornal La Repubblica.

A situação dos menores não acompanhados é considerada especialmente difícil. Os casos em espera aumentaram porque as autoridades italianas deixaram de considerar a situação no Norte de África como de emergência, o que quer dizer que já não há um organismo nacional encarregado do seu realojamento.

“Estamos a falar de crianças que chegam a Itália sozinhas depois de viagens que são muitas vezes longas e dramáticas, que precisam de protecção imediata e que não devem ser vítimas de inércia institucional”, disse Rafaela Milano, da organização não-governamental Save the Children, à Reuters. Há apenas dois responsáveis a acompanhar estas crianças.

Lampedusa foi visitada no início do mês pelo Papa Francisco, que homenageou os muitos que morrem na viagem, em embarcações frágeis, tentando chegar à Europa. 

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