Capriles anuncia candidatura a Presidente e acusa Maduro de mentir sobre Chávez

“Mentiste”, acusou o candidato da oposição. “Fascista”, respondeu o sucessor designado do Presidente.

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Henrique Capriles é o candidato da coligação da oposição nas eleições que, a 14 de Abril , elegem o sucessor de Hugo Chávez como Presidente da Venezuela. O anúncio da já esperada candidatura foi feito domingo e já deu origem a acusações e insultos.

O candidato da oposição, governador do estado de Miranda, concorreu contra Chávez nas eleições de Outubro de 2012, nas quais obteve 44%, o melhor resultado alguma vez conseguido contra o Presidente que morreu na semana passada, de cancro, após 14 anos de poder.

Capriles, 40 anos, que  prometeu “lutar pela Venezuela”,  acusou Nicolás Maduro, empossado Presidente interino na última sexta-feira e também candidato nas eleições marcadas para 14 de Abril, de ter mentido sobre o estado de Chávez. “Nicolás mentiste a este país”, repetiu. “Quem sabe quando morreu o Presidente Chávez?”.

O dirigente acusou o poder de “usar o corpo do Presidente para fazer campanha” e de ter procurado “ganhar tempo” mentindo sobre o real estado de saúde de Chávez. “Tudo foi minuciosamente calculado”, sustentou.

Maduro reagiu numa declaração na televisão, atribuindo ao adversário a intenção de “procurar a violência” . E não poupou nas críticas: “Vimos a face nauseabunda do fascista que tu és”, afirmou o Presidente interino, criticando o que qualificou como intervenção “miserável”, “deplorável” “irresponsável” e “infame”.

O candidato do Partido Socialista Unificado da Venezuela prometeu uma nova derrota a Capriles e acusou-o de estar ao serviço da “oligarquia” para fomentar a desordem no país e justificar desse modo “uma intervenção estrangeira”.

Também no domingo, num discurso para dirigentes do Partido Comunista da Venezuela, que lhe declarou o seu apoio, Maduro apresentou-se como herdeiro de Chávez e apelou à “unidade”, sob pena de se perder  “todo” o legado do antigo Presidente.

“Hoje sou Presidente conforme a Constituição, mas sobretudo porque foi ele que o pediu", disse. “Vou ser candidato presidencial, vou ser Presidente e comandante chefe das Forças Armadas porque ele mo ordenou”, acrescentou. “Uma coisa é ser chávista (...) Outra é esperar que Nicolas Maduro seja Chávez. Não, eu sou chávista, eu sou o filho de Chavez”, sublinhou.

Não foi a primeira vez que os dois homens trocaram acusações, mas as trocas de palavras de domingo prometem marcar o tom para uma campanha eleitoral com a figura de Chávez omnipresente. Maduro qualificou recentemente o adversário de “príncipe decadente da burguesia parasitária”. Na resposta, Capriles chamou-lhe “preguiçoso”. As candidaturas de ambos devem ser entregues nesta segunda-feira.

Maduro anunciou também no domingo que a Assembleia Nacional vai adoptar na terça-feira uma “emenda consitucional”, a que se seguirá a convocação de um referendo que vote a entrada do corpo de Chávez no Panteão Nacional, ao lado do libertador Simon Bolivar.
 
 
 

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