Nicolás Maduro empossado Presidente interino da Venezuela

Herdeiro designado por Hugo Chávez deve convocar eleições para dentro de 30 dias e é contestado pelo principal líder da oposição.

Nicolás Maduro, o presidente interino, abraça Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional depois de tomar posse
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Nicolás Maduro, o presidente interino, abraça Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional depois de tomar posse Reuters
Olíder da oposição Henrique Capriles durante a conferência de imprensa a contestar tomada de posse de Maduro
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Olíder da oposição Henrique Capriles durante a conferência de imprensa a contestar tomada de posse de Maduro Reuters

O vice-presidente da Venezuela Nicolás Maduro foi oficialmente empossado no cargo de Presidente da República interino ao final da tarde de sexta-feira e é provável que sejam convocadas eleições presidenciais ainda este sábado, para terem lugar daqui a um mês.

"Juro em nome da total lealdade ao comandante Hugo Chávez que respeitamos e que nos dez respeitar a Constituição bolivariana (...) Juro!", declarou Maduro durante a cerimónia transmitida pelas televisões do país, que decorreu na Academia Militar de Caracas logo depois de terminadas as cerimónias fúnebres de Chávez.

A oposição ao regime decidiu boicotar a sessão extraordinária da Assembleia Nacional para dar oficialmente posse a Nicolás Maduro como Presidente interino da Venezuela.

O principal opositor ao regime, o governador Henrique Capriles, declarou que a investidura do vice-presidente é "uma fraude constitucional". A decisão do Supremo Tribunal de Justiça de autorizar a investidura de Maduro é "um abuso", continuou Capriles numa conferência de imprensa, ao final da tarde de sexta-feira, lembrando que "ninguém elegeu Nicolás".

O Supremo Tribunal de Justiça decidiu, também na sexta-feira, autorizar a investidura de Maduro, considerando que este podia ser presidente interino e, ao mesmo tempo, candidatar-se às próximas presidenciais. "Hoje, quando o país está de luto" e que o dia foi declarado feriado, "a única instituição que trabalha" é o Supremo para "ditar uma decisão política", acuda Capriles.

A comissão eleitoral venezuelana pode ainda este sábado convocar eleições presidenciais para terem lugar daqui a 30 dias. "Pedi à comissão eleitoral que cumprisse as suas obrigações constitucionais e legais e convocasse imediatamente as eleições", disse Maduro na tomada de posse. O novo Presidente interino nomeou como seu vice Jorge Arreaza, genro de Hugo Chávez.

"O povo não votou em ti, meu rapaz", atirou Capriles a Maduro. O governador representa a coligação de partidos opositores e foi derrotado por Chávez nas últimas eleições presidencias em Outubro. "Diz-nos do que é que tens medo, Nicolás? Estamos numa corrida", continuou o político, durante a conferência de imprensa, acrescentando: "Precisas de usar o poder do Estado para ires a eleições?".

A oposição está indignada por Maduro tomar psose como presidente interino, enquanto fará campanha eleitoral para ser eleito presidente. "Esta transgressão não tem precedentes na história da República", disse através do Twitter a advogada Maria Corina Machado, citada pela Reuters.

Capriles declarou ainda que respeita a dor da família, dos amigos e dos apoiantes de Chávez mas que não permite que essa dor seja argumento para abusos de poder ou fraude constitucional.

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