Trabalhadores da EMEF interrompem linha de comboio

Protesto contra a privatização da empresa ocorreu no Entroncamento, após um plenário.

Foto
Enric Vives-Rubio

Cerca duas centenas de trabalhadores da EMEF, a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, interromperam nesta terça-feira por meia hora uma linha de comboio junto ao Entroncamento. O protesto contra a privatização da empresa ocorreu após um plenário, como constatou a Lusa no local. Cerca de 200 trabalhadores da EMEF, a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, interromperam nesta terça-feira por meia hora uma linha de comboio junto ao Entroncamento.

O corte ocorreu por volta das 11h30 e reteve a passagem de um comboio alfa-pendular com origem no Porto. Pouco depois do meio-dia, os trabalhadores saíram da linha, deixando passar o comboio, e começaram a desmobilizar.

Fonte da CP confirmou à Lusa que um comboio alfa-pendular ficou retido junto à estação do Entroncamento, "porque a linha foi ocupada". Cerca de uma dezena de agentes da PSP foram chamados ao local, mas acabaram por não intervir.

O plenário nacional da EMEF, que contou com a presença do secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, aprovou uma moção que exige o cancelamento dos processos de privatização da EMEF e da CP Carga, da fusão da REFER com a Estradas de Portugal e da concessão das linhas lucrativas da CP.

"Não aceitamos que esta empresa seja entregue de mão beijada à iniciativa privada. Isto é delapidar o património público. É um crime contra o património público, um crime contra a economia do país e um crime contra os direitos sociais e laborais dos trabalhadores. [A privatização] tem que ser travada", disse o secretário-geral da CGTP.

Arménio Carlos disse à Lusa que a reunião que se realiza na quarta-feira com a administração da EMEF, demonstra "abertura para conversar".

Contudo, para o líder da central sindical "não basta conversar", sendo fundamental parar com a entrega da gestão da EMEF a privados, não só para evitar a redução de postos de trabalho e a precarização mas também para garantir que "o Estado não fica sem uma empresa estratégica para fazer a manutenção do material ferroviário circulante e também para pô-la a construir".

Arménio Carlos referiu que, "dentro de pouco tempo", será preciso fazer a substituição das carruagens da CP e do metropolitano e, afirmou, "isso pode e deve ser feito por uma empresa pública, porque as mais-valias que daqui resultarem em vez de irem para os bolsos dos grandes accionistas das empresas privadas irão reforçar o Orçamento do Estado".

Sugerir correcção
Comentar