No primeiro semestre do ano, os clientes dos bancos em Portugal fizeram 7311 reclamações, uma média de 1219 por mês, o que significa uma redução de 18,4% face ao mesmo período de 2013.

De acordo com um resumo das actividades de inspecção do Banco de Portugal, divulgado nesta terça-feira pela instituição, não foram encontrados indícios de infracção em 70% daquelas reclamações, ao passo que as restantes foram resolvidas por iniciativa da instituição ou após intervenção do supervisor. No ano passado, tinham sido encontradas infracções em 52% das situações.

O Banco de Portugal, contudo, ressalva que a diminuição do valor de reclamações “não foi integralmente justificada pela evolução do nível de produtos e serviços prestados”, notando que em alguns casos, como o do crédito ao consumo, a descida é explicada pelo menor número de contratos.

O crédito ao consumo foi a principal razão de queixa dos clientes, representando 29,4% do total de reclamações. Seguem-se as contas de depósito (26,8%) e o crédito à habitação (11,6%). No entanto, tendo em conta o número de contratos celebrados, o crédito à habitação gera mais queixas: cerca de quatro em cada dez mil destes casos originaram reclamações, contra dois em cada dez mil créditos ao consumo.

O Ford Credit – o banco da Ford para o financiamento da compra de automóveis – foi o que recebeu mais reclamações relativas ao crédito ao consumo: 1,3 queixas por cada mil contratos. Já no crédito à habitação, a lista é liderada pelo Barclays, com 1,2 reclamações por mil contratos. 

Ao longo do semestre, as instituições de crédito deram início a 315 mil processos para regularizar situações de incumprimento sem recurso aos tribunais, um aumento de 21,2% em relação ao ano passado. A maioria daqueles processos aconteceu em casos de crédito ao consumo, que representaram 81% do total, com os restantes a dizerem respeito a créditos à habitação.

Aproximadamente seis em cada dez processos respeitantes ao incumprimento do pagamento de crédito hipotecário levaram à regularização da situação, através do pagamento dos montantes em atraso ou da celebração de um acordo para o pagamento. O mesmo aconteceu com 44,4% dos créditos ao consumo.

O Banco de Portugal informou ainda que instaurou 25 processos de contraordenação contra 14 instituições.