Espanhola Renfe lidera consórcio para construir TGV entre Medina e Meca

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Projecto de ligação a Meca vale 6,5 mil milhões de euros Reuters/Suhaib Salem

Tradição e modernidade não são incompatíveis no Islão. Milhões de muçulmanos poderão viajar a 300 Km/hora na peregrinação a Meca quando for construída a linha de alta velocidade que vai unir Medina aquela cidade santa

A ligação terá paragens em em Jeddah, aeroporto de Jeddah e KAEC (siglas em inglês que significam Cidade Económica do Rei Abdullah).

Este projecto, no valor de 6,5 mil milhões de euros foi ganho pela Espanha, que se posiciona assim como uma potência na alta velocidade, tendo batido na fase final do concurso a própria França, cujo presidente Sarkozy se deslocou expressamente à Arábia Saudita para apoiar o consórcio francês.

Pelo caminho ficaram também concorrentes oriundos da China (que apresentou um consórcio liderado pelos caminhos de ferro chineses), Alemanha (que colocou a Siemens e DB à cabeça de um consórcio) e Coreia. A França apresentava-se com a Alstom e a SNCF como empresas líderes.

O consórcio espanhol é formado pelas empresas públicas Renfe, Adif, e Ineco (que representam 49,5 por cento do capital) e pelas privadas Talgo, OHL, Dimetronic, Indra, Copasa, Cobra, Inabensa, Imathia e Consultrans (num total de 50,5 por cento do capital).

O factor preço foi decisivo na decisão árabe de adjudicação, tendo a proposta espanhola batido todas as outras.

A linha entre Medina e Meca foi posta a concurso em 2006 pela Organização Arábia Railway (SRO), terá 450 quilómetros e estará apta a velocidades de 300 Km/hora. A Espanha vai, naturalmente, apresentar-se com os seus comboios Talgo, numa versão próxima do seu “bico de pato” (assim designado devido à frente aerodinâmica da composição), que hoje circula entre Madrid e Barcelona e entre Madrid e Málaga e que pode atingir os 330 Km/hora.

Esta será a primeira linha de alta velocidade a ser construída no deserto, onde as temperaturas oscilam dos zero aos 50 graus, o que traz dificuldades técnicas acrescidas. Alguns quilómetros de linha terão de ser literalmente emparedados para evitar que as areias invadam a via férrea.

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