Dois maiores grupos hoteleiros de Portugal e Cuba unem-se para travar queda de turistas portugueses

Pestana e Gaviota lançam pacotes e voos semanais para captar perto de três mil novos visitantes este ano. Cadeia hoteleira quer reforçar presença naquele destino das Caraíbas.

Foto
Frank Otulski, vice-presidente do grupo Gaviota, Enric Vives-Rubio

O grupo Pestana e o grupo Gaviota, os dois maiores do sector da hotelaria de Portugal e Cuba, respectivamente, alargaram a parceria que já tinham desde final do ano passado (na exploração de um resort) para investirem num pacote turístico completo, com voos charters semanais, para aquele país. Frank Otulski, vice-presidente do grupo Gaviota, adiantou ao PÚBLICO que o número de visitantes portugueses em Cuba tem vindo a cair na ordem dos 7% e chegou aos dez mil visitantes em 2013, ano em que a ilha recebeu um total de oito milhões de turistas.

“Tivemos um crescimento de 1,5% e o mercado do Canadá é o principal, com mais de um milhão de visitantes”, diz Frank Otulski. O grupo Pestana foi a primeira cadeia portuguesa a explorar um hotel em Cuba, do grupo Gaviota, dono de 56 unidades, 21.800 quartos e com um ambicioso plano de expansão para os próximos anos. A maioria das unidades detidas por esta empresa cubana são geridas por hoteleiros espanhóis, adianta Frank Otulski, acrescentando que, até ao final deste ano, haverá 23.984 novos quartos disponíveis. A parceria com o grupo Pestana, que será anunciada nesta quinta-feira durante a Bolsa de Turismo de Lisboa, tem como propósito “aumentar os visitantes de Portugal, na ordem dos três mil novos turistas este ano".

Luís Araújo, administrador do grupo Pestana para a América hispânica, não descarta a hipótese de novos investimentos em Cuba, depois de no final do ano passado a cadeia portuguesa ter passado a explorar um resort de quatro estrelas em Cayo Coco. Se o projecto de voos e pacotes turísticos correr bem “a ideia é reforçar presença em Cuba e reforçar as unidades”. Nos primeiros três de meses de operação o  hotel Pestana Cayo Coco Beach Resort teve uma taxa de ocupação de 86% e recebeu um total de 46.794 hóspedes, 86% dos quais do Canadá. Com a nova oferta turística, o grupo Pestana também quer captar turistas espanhóis e potenciar as visitas a Portugal. “A ideia é captar gente de todo o lado e conjugar este destino com outros. Visitantes que fiquem, por exemplo, uma semana em Portugal e sete dias em Cuba. É interessante para o mercado espanhol já que não há voos directos de Espanha para Cayo Coco”, sublinha.

Em Cuba, o grupo Gaviota prevê investir 300 milhões de dólares por ano na construção de novas unidades. Até 2015 estão previstos 3099 novos quartos. “A nossa associação com o Pestana não é casual. É o principal grupo do país, com vários negócios e queremos aumentar os visitantes portugueses”, sublinha Frank Otulski, acrescentando que a parceria demorou cinco anos até ser formalizada.

O Grupo Pestana tem mais de 90 unidades hoteleiras em Portugal e no estrangeiro, além de seis campos de golfe, dois casinos, três empreendimentos de imobiliário turístico, uma companhia de aviação charter e um operador turístico. 

Sugerir correcção
Comentar