O Governo de Chipre fala em “esforços intensos”, o Banco Central em “esforços sobre-humanos”. Seja qual for a expressão, as autoridades cipriotas dizem-se fortemente empenhadas em permitir que as agências dos bancos reabram na quinta-feira.

“Cada dia que o sistema bancário está fechado, a confiança das pessoas baixa e querem retirar o seu dinheiro, ainda que nós sejamos obrigados a impor restrições” aos movimentos de capitais em todos os bancos, explicou Panicos Demetriades, governador do Banco Central de Chipre, em conferência de imprensa.

Demetriades, no entanto, não explicou quais serão os limites impostos.

“O dia seguinte às rudes decisões que tivemos de adoptar é muito difícil, como seria de esperar. Devemos gerir os múltiplos problemas que aparecem”, disse, por sua vez, o porta-voz do Governo, Christos Stylianides, sublinhando que os sucessivos adiamentos da reabertura dos bancos, que estão fechados desde 16 de Março, se devem à necessidade de evitar a fuga de capitais.

A principal dificuldade é agora assegurar a solidez do Banco de Chipre, o maior do país, em que as contas superiores a 100 mil euros vão ser taxadas na ordem dos 40%.

“Estamos a tentar salvar o Banco de Chipre e a tentar recapitalizá-lo para que seja mais forte do que antes, porque estava numa posição difícil”, explicou Demetriades.

O governador do Banco de Chipre defendeu ainda a necessidade do resgate acordado com a troika. “Se não houvesse acordo, Chipre já teria falido”, argumentou.

O ministro das Finanças, Michael Sarris, também defendeu o plano de resgate e colocou de lado qualquer hipótese de o país abandonar a zona euro.

“Uma saída de Chipre da zona euro seria desastrosa no plano económico e político. Seria uma catástrofe total. Nem o queremos imaginar”, disse Sarris, que espera que os investimentos na energia e nas reservas de gás recentemente descobertas ao largo da ilha ajudem a renascer a economia local.