Alemanha revê em alta crescimento do PIB

Governo antecipa subida de 1,5%, com o desemprego em mínimos históricos.

Foto
A Alemanha está a ver a economia crescer John Macdougall/AFP

Com o nível de emprego a bater recordes, os consumidores confiantes e o preço do petróleo a ajudar, a Alemanha espera um crescimento do produto interno bruto de 1,5% este ano, igual ao que conseguiu em 2014. A previsão vem substituir uma mais cautelosa estimativa anterior.

Um relatório do Governo alemão, divulgado nesta quarta-feira, reviu em alta a previsão de crescimento do PIB, que apontava inicialmente para um crescimento de 1,3% em 2015, dois pontos percentuais abaixo do de 2014. O documento antecipa ainda um movimento de crescendo da economia ao longo do ano, contrariamente ao que aconteceu no ano passado, no qual o país registou um arranque forte, mas sofreu uma quebra nos últimos trimestres.

 “A economia alemã regressou a um caminho de crescimento, apesar das turbulências geopolíticas do ano passado”, afirmou o ministro da Economia e da Energia, Sigmar Gabriel, referindo-se aos conflitos na Ucrânia e aos embargos mútuos entre a Rússia e o Ocidente. “O Governo espera que o salário mínimo, bem como o aumento e extensão do pagamento de pensões estatais, aumentem o consumo”. O país instaurou a 1 de Janeiro, pela primeira vez, um salário mínimo nacional.

Apesar do clima económico tépido na generalidade da Europa, a economia da Alemanha tem apresentado vários sinais positivos. O desemprego caiu para 6,6% no final do ano passado, o patamar mais baixo desde a reunificação, em 1990, em contraste com o de outras economias da zona euro, onde o desemprego atinge novos picos (é o caso da Itália, com 13,4%), ou onde o número de desempregados permanece alto, apesar de sinais de melhoria em 2014 (é o caso de Portugal, onde o desemprego aumentou no final do ano passado, depois de ter descido nos meses anteriores). O Governo alemão espera que sejam criados 170 mil postos de trabalho este ano, fazendo o número de pessoas empregadas atingir o recorde de 42,8 milhões.

“A economia alemã está de boa saúde. O emprego está num nível recorde, o desemprego está a cair e o desempenho do mercado de trabalho permite significativos aumentos salariais”, observa o relatório. O consumo das famílias deverá crescer 1,6%, acima do ritmo de 1,1% de 2014.

Já as exportações deverão subir 3,6%, abaixo da evolução das importações, que aumentarão 4,1%. As vendas ao estrangeiro serão prejudicadas em parte pelo estado das economias dos parceiros europeus. “As exportações continuam a ser difíceis devido às tensões geopolíticas e ao contínuo enfraquecimento do crescimento na zona euro. O preço do petróleo [que tem vindo a cair nos últimos sete meses] deverá ser um incentivo ao crescimento”, nota o relatório.

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários