A nova Pastelaria Suíça já abriu portas

Quase seis anos depois de fechar a centenária pastelaria lisboeta, há uma nova Suíça: abriu esta segunda-feira em novo espaço, voltada apenas para a Praça da Figueira. Da velha Suíça, memórias e doces

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Detalhes da nova pastelaria que herda nome e legado da velha Suíça dr
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No Verão de 2018, os turistas e os clientes mais fiéis, incluindo o Presidente da República, despediram-se da Pastelaria Suíça, que desde 1922 marcava o Rossio, após a venda do quarteirão em que se localizava. A partir desta segunda-feira, há uma nova pastelaria chamada Suíça, mais pequena, capitaneada pela Primefood, grupo português que gere vários espaços de restauração, incluindo a Fábrica da Nata e a Padaria Lisboa, além de lojas em franchising da Confeitaria Nacional e da Versailles.

“Na impossibilidade de abrir no mesmo espaço, foi condição indispensável fazê-la regressar à Praça da Figueira” (agora, n.º 5 C), diz o grupo, que abriu as portas à casa, em jeito de surpresa, sem anunciar que a inauguração seria já esta segunda. Embora noutro ponto, a pastelaria fica virada para a praça, para onde a velha Suíça também contava com uma entrada.

É “o virar de página de uma história que merecia um final feliz”, refere a Primefood, considerando a abertura “uma reinterpretação de uma casa emblemática”, que pretende “homenagear o património da cidade”, “preservar e reinventar a pastelaria”.

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A fachada da Pastelaria Suíça dr
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A esplanada da antiga Suíça ao Rossio nuno ferreira Santos

A Suíça versão 2024, “com fabrico próprio”, descreve-se como “uma loja mais pequena”, de “montra generosa” e “esplanada ampla”, aberta todos os dias (das 8h às 23h). Lá dentro, um painel de azulejos de Lisboa, “concebido pela Viúva Lamego para o espaço”, paredes corridas a imagens da vida lisboeta dos 1960/70, a evocação imagética da velha Suíça, aberta em 1922.

Aos olhos, saltam as estrelas da casa, algumas repescadas da antiga pastelaria: duchesses, russos, esquimós, babás, tíbias, jesuítas. Não faltam salgados, quiches, sanduíches, miniaturas e bombons. E promete-se o “lançamento de outras referências que marcaram a antiga pastelaria”. Propõem-se ainda cartas de pequenos-almoços, refeições ligeiras e lanches, refere o grupo.

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Detalhes da nova Suíça dr
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Na esplanada, que já se adivinha muito concorrida neste epicentro do turismo, não falta outra grande homenagem a uma figura histórica da Lisboa de outras eras e da antiga casa: o engraxador. “Homenageando uma das mais antigas profissões da Baixa, a fachada da nova loja é marcada pela escultura do embaixador da marca”. Trata-se do "Sr. Vasco", “um autêntico lisboeta, amante de pastelaria e um dos mais antigos especialistas do seu ofício”.

Enquanto isso, no quarteirão, vendido em 2018 a um fundo imobiliário (celebrizado por ter o tenista Rafael Nadal como investidor) e onde antes estava a velha Suíça, a Casa da Sorte, a ourivesaria Portugal e a Pérola do Rossio, espera-se o fim das obras, entre o restauro, a recuperação pombalina e as novidades. É um grande bloco comercial, entre lojas e escritórios, marcado pela âncora Zara e onde está garantida a manutenção da Pérola.

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