A insolvência empresarial, o pau e a cenoura

Para aquelas empresas que, possuindo viabilidade, são apanhadas na crise, bons regimes de insolvência e boas leis fiscais podem fazer toda a diferença. Em Portugal ainda temos muito por fazer.

A situação precária que se vive no Grupo Global Media é conhecida desde há muito e, não sendo de agora, é de certa forma sintomática de uma debilidade estrutural também há muito apontada à economia portuguesa: a descapitalização das empresas. Segundo estatísticas do Banco de Portugal, cerca de 26% do número de empresas registadas em Portugal operava com capital próprio negativo em 2022, significando isto que o passivo era superior ao activo; ou que, por outras palavras, a venda dos seus activos ao valor contabilístico seria insuficiente para saldar as dívidas. É uma evidência: mais de um quarto das empresas em Portugal estão tecnicamente falidas. Os anos vão passando, mas aquela proporção vai-se mantendo, algo teimosamente. São empresas-zombie, utilizando a expressão anglo-saxónica, que deveriam ser expurgadas da economia pelos problemas que geram.

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