Campanha de Macron diz que foi vítima de um ataque informático "sem precedentes"

Equipa do centrista diz que foram roubados documentos autênticos que foram misturados com outra documentação falsa para prejudicar Emmanuel Macron a poucas horas das eleições.

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LUSA/FREDERIC SCHEIBER

A equipa de campanha de Emmanuel Macron alega que foi alvo de uma grande e coordenada operação de pirataria informática com o objectivo de prejudicar o centrista nas eleições presidenciais francesas, que se realizam já no próximo domingo.

Segundo a Reuters, a campanha de Macron diz que foram roubados documentos autênticos e que foram misturados com outra documentação falsa para criar dúvida e desinformação, acrescentando que os autores têm a clara intenção de prejudicar o candidato quando faltam poucas horas para a França ir às urnas.

Uma larga quantidade de emails foi divulgada na Internet esta sexta-feira. No total, cerca de nove gigabytes foram partilhados por um utilizador denominado de EMLEAKS num site de partilha de documentos que permite publicações anónimas chamado Pastebin, diz a Reuters. Ainda não foi confirmado se os emails são autênticos ou quem foi o responsável pela publicação.

“O movimento ‘En Marche!’ foi vítima esta noite de um ataque informático massivo e coordenado que deu origem à difusão nas redes sociais de variada informação interna”, diz um comunicado da equipa de campanha de Macron. "Não vamos tolerar a destruição dos interesses vitais da democracia”, afirmou ainda a equipa do candidato citada pela Reuters, acrescentando que vai tomar todas as medidas apropriadas e clarificar esta operação “sem precedentes”.

De entre os documentos partilhados, estão emails pessoais e profissionais de vários líderes do movimento político de Macron, numa operação de "desestabilização democrática como foi visto nos EUA durante a última campanha presidencial", continua o comunicado. No entanto, o movimento não se mostra preocupado com a situação, pois todos os documentos roubados são legais e apenas "reflectem o normal funcionamento de uma campanha presidencial". Apesar disso, apela-se à comunicação social para relatar a documentação pirateada "com consciência" pois parte dela é falsa.

Um porta-voz do Ministério do Interior afirmou que não vai comentar o caso porque o período de campanha eleitoral já terminou, relembrando as regras que proíbem quaisquer comentários que possam influenciar os resultados eleitorais neste período.

Nesta sexta-feira, Emmanuel Macron já tinha apresentado uma queixa no Ministério Público contra o rumor que tem circulado na Internet sobre a existência de uma conta bancária em seu nome num paraíso fiscal.

Os documentos que têm circulado nas redes sociais apresentam marcas que apontam para a sua falsidade, mas a existência desses papéis foi referida por Marine Le Pen durante o debate presidencial de quarta-feira.

No início deste ano surgiram também notícias que davam conta de que os serviços secretos franceses suspeitavam que a Rússia estaria a preparar uma operação para interferir nas eleições francesas, de modo a apoiar a eleição da candidata da Frente Nacional, Marine Le Pen. Suspeitas semelhantes levaram à abertura de uma investigação nos EUA, para confirmar se Moscovo esteve envolvida numa campanha para levar Donald Trump à Casa Branca.

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