Valls tenta impedir Hollande de se candidatar às presidenciais

Há uma competição aberta entre o primeiro-ministro e o Presidente de França para declarar candidatura.

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Nem Hollande nem Valls confirmaram ainda o desejo de se candidatar às eleições de Abril Fred Dufou/Reuters

Há uma guerra fria entre as duas mais altas figuras do Estado francês por causa das eleições presidenciais: o primeiro-ministro Manuel Valls está a fazer tudo para dissuadir o Presidente François Hollande, recordista de impopularidade, a recandidatar-se. Claude Bartolone, o presidente socialista do Parlamento, lançou um apelo: candidatem-se ambos nas primárias da esquerda, em Janeiro.

“Preferia que participassem os dois nas primárias a que um venha a dizer: fui eliminado nos bastidores, por isso afasto-me da campanha, do PS, da acção do Governo”, explicou Bartolone.

A história das primárias não é longa, mas estas, agendadas para 22 de Janeiro, com uma segunda volta a 29, seriam históricas: primeiro-ministro contra Presidente, além de muitos outros candidatos que disputam a sua sorte, cada um representando uma corrente num PS que neste momento fala a múltiplas vozes, sem conseguir produzir uma harmonia.

A data-limite para a apresentação de candidaturas é 15 de Dezembro, por isso Hollande terá de pronunciar-se até lá – foi sugerido que o faria no dia 10. E Valls tem-se multiplicado em acções para desincentivar o Presidente a tentar a sua sorte. Entrevistas, declarações, artigos de opinião em que fica a um passo de dizer que está a apresentar o seu programa para as presidenciais de 2017. E muita conversa de bastidores, que se derrama para os jornais.

“Se o Presidente pensa que se ele se candidatar, eu estarei ao lado dele, irei colar cartazes, falar nos comboios, fazer campanha de rua, não. Vou pensar no que devo fazer”, terá dito Manuel Valls aos seus próximos, segundo o diário Le Parisien. “Pela minha parte, eu não renuncio a nada.”

Por outro lado, Valls e os seus apoiantes tentam pressionar o Presidente. “A única forma de acção possível é a pressão. Temos de convencer Hollande a não se candidatar”, escreveu esta semana no Le Figaro o deputado do PS François Loncle.

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