literacia mediática

Planos de alunos de Castro Daire, Arganil, Covilhã, Colos e Moçambique ganharam lugar nas páginas do PÚBLICO

Na primeira edição deste concurso que junta o Plano Nacional das Artes e o PÚBLICO na Escola participaram 71 trabalhos enviados a partir de 43 escolas ou agrupamentos.

educacao-media,publico-escola,
Foto

Estão escolhidos os cinco vencedores do concurso “Vamos fazer um plano”. Frequentam escolas de vários pontos do país e também do continente africano e percorrem todo o 3.º ciclo do ensino básico e o ensino secundário, uma vez que a lista dos eleitos pelo júri inclui estudantes do 7.º ao 12.º ano de escolaridade:

O concurso resulta de uma parceria entre o Plano Nacional das Artes (PNA) e o PÚBLICO na Escola. Como o nome indica, desafia os alunos a “fazer um plano”, isto é, um trabalho pensado para ocupar duas páginas de jornal, tendo a cultura como tema central.

Os autores dos cinco trabalhos vencedores entrarão, agora, num processo de mentoria com jornalistas do PÚBLICO e verão, depois desse trabalho de edição conjunta, os seus planos publicados na edição impressa do jornal.

“Promover um olhar mais atento ao km² cultural em que cada um está inserido” constitui um dos principais objetivos desta colaboração entre os promotores do concurso. As propostas vencedoras denotam uma proximidade à cultura local, criando, ao mesmo tempo, relações com o que vai além dos limites do seu território — de projetos internos de dinamização cultural a festivais de cinema, sem cisões entre cultura erudita e popular. O comissário do Plano Nacional das Artes, Paulo Pires do Vale, sublinha esta “responsabilização em relação ao ambiente cultural onde vivemos”, que era pretendida no concurso, já que “todos somos agentes culturais”.

O acompanhamento e posterior publicação destes planos no jornal PÚBLICO reforça outro dos aspetos que o comissário destaca: “A tomada de consciência destes jovens estudantes de que têm uma voz pública” e que “há um espaço para que a sua voz seja escutada”. “Existia claramente o objetivo de mostrar também aos mais velhos que os jovens não são a voz de um futuro qualquer. São já cidadãos de pleno direito.” Nos seus planos, que virão a ser lidos por pessoas de diferentes gerações, mostram o mundo tal qual o veem, com uma perspetiva marcada pelo período de vida em que estão e pelo tempo em que vivem. E que importa ser tida em conta, reforça.

Podiam participar no “Vamos fazer um plano” alunos, ou grupos de alunos, de todos os estabelecimentos de ensino do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário do continente, regiões autónomas e de escolas portuguesas no estrangeiro.

O júri era composto por: Bárbara Simões, coordenadora do PÚBLICO na Escola, e Lucinda Canelas, jornalista da secção de Cultura do PÚBLICO; Ana Bela da Conceição, Paula Soares e Paulo Lima, coordenadores intermunicipais do Plano Nacional das Artes.

Escolha unânime

A “unanimidade na escolha” é sublinhada por Bárbara Simões com uma das várias coisas que correram “francamente bem” no processo de seleção de trabalhos, a cargo do júri. “As nossas preferências coincidiram desde o primeiro momento, o que nos permitiu eleger um grupo de dez trabalhos ‘finalistas’, que todos considerámos os mais conseguidos, por razões distintas.”

Os elementos do júri decidiram, aliás, que aqueles desses dez ‘finalistas’ que ficaram de fora do grupo dos cinco vencedores com direito a mentoria vão ter oportunidade de publicar os respetivos trabalhos no site do PÚBLICO na Escola: “As artes e a Cidadania”, Agrupamento de Escolas Monte da Lua (Sintra); “Cultura Indizível”, Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves/ AE de Odemira; “Exposição Edifício Benedita”, Externato Cooperativo da Benedita (Alcobaça); “Jornal Júnior”, AE das Taipas (Guimarães); e “Melodias com Alma- Dançar à moda d'Os Alegres”, AE de Santa Comba Dão.

“Foi também muito curiosa (e proveitosa) a nossa sintonia quanto à forma de olhar e apreciar cada um dos planos feitos pelos alunos, tão ricos e tão diversos”, acrescenta a coordenadora do PÚBLICO na Escola. “Este concurso é diferente dos outros, não acaba aqui, com o anúncio dos vencedores — há um segundo momento. A tarefa do júri era avaliar a qualidade das propostas e a sua adequação aos propósitos do concurso, mas também o potencial de melhoria que evidenciavam. Como é que eu imagino este plano editado e repaginado pela equipa do PÚBLICO? É engraçado pensar assim, nesta dupla perspetiva.”

Mais do que a “ideia de vencedores ou de um concurso”, importa a reflexão e o acompanhamento “do que é um trabalho de jornalista e o papel do jornal na sociedade” — defende Paulo Pires do Vale, que encontra na valorização da literacia mediática um ponto de toque entre o PNA e o PÚBLICO na Escola.

O concurso “Vamos fazer um plano” foi anunciado em novembro, durante uma ação de formação para professores sobre o jornal como recurso pedagógico. Nesta primeira edição participaram 71 trabalhos, submetidos por 43 escolas ou agrupamentos de escolas. “Ficamos muito contentes com a participação tão ativa das nossas escolas, dos alunos e professores. Estou certo de que no próximo ano será ainda maior o número de candidaturas”, antecipa o comissário do PNA.