Concurso

“Dia e Noite, Cima e Baixo” e “Palavras em tudo”. A canção encontrou as melhores letras em escolas de Caxias e da Moita

Concurso promovido pela Associação Portuguesa de Educação Musical inspirou 377 candidaturas. Prémios são hoje entregues.

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Mário Laginha é o compositor convidado na primeira edição do concurso "Canção à espera de palavras"

Primeiro ouviram a melodia, de olhos fechados. E depois começaram a surgir ideias para títulos. A canção de Mário Laginha, composta para o concurso “Canção à espera de palavras”, já tinha nome. Esta turma achou por bem chamar-lhe “Dia e Noite, Cima e Baixo”. A partir daí foram “brincando com as palavras”: Dia e Noite, Sol e Lua! / Subo e desço a rua, / Vou p ́ra cima, vou p ́ra baixo, / Rindo ou cabisbaixo...

Assim começa a letra com que a Turma 3.º B da Escola Básica de São Bruno, em Caxias, venceu, na categoria A (3.º e 4.º anos do ensino básico), esta primeira edição do concurso, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Educação Musical (APEM). A experiência, iniciada em março, já de novo em regime presencial, é descrita num texto enviado ao PÚBLICO na Escola.

Também no Agrupamento de Escolas da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, a letra que mais agradou ao júri, na categoria B (5.º e 6.º anos do ensino básico), começou a ser criada quando cessou o período de ensino à distância imposto pela pandemia, neste caso em abril. Mas saltemos diretamente para o fim. A letra vencedora, da Turma 5.ºD da Escola Básica do Vale da Amoreira, fala das palavras propriamente ditas: “Com palavras sou feliz / Com palavras vivo / A palavra é quem me diz / Quem é meu amigo”. Tem como título “Palavras em tudo”.

Voltando atrás, foi o professor de Educação Musical, José Galvão, quem lançou aos alunos o desafio de escrever sobre a importância das palavras. Todos os textos foram lidos perante a turma. A seguir, selecionaram-se "os melhorzinhos”, alguns que continham ideias que poderiam funcionar bem (e portanto caber) na letra que ia sendo criada no quadro, conta o professor.

Este é um exercício com que os alunos de José Galvão estão familiarizados, quer fazer letras para músicas quer músicas para letras. “A composição é muito importante para a criatividade dos alunos”, diz. Uma das estratégias para cativá-los é ter como ponto de partida algo relacionado com o dia a dia de cada um. “Aconteceu-me isto e nasceu esta música... Vou contar através de uma música uma coisa que me aconteceu...”

O concurso promovido pela APEM recebeu 377 candidaturas (200 turmas do 1.º ciclo e 177 turmas do 2.º ciclo), “o que representa um envolvimento de 8009 alunos nos processos de criação de um texto para esta Canção à espera de palavras composta por Mário Laginha”.

Fomentar o envolvimento das crianças em projetos artísticos e musicais criativos e interdisciplinares é o que se pretende, propondo, para isso, a criação, em contexto escolar, de uma letra para uma canção original, de um compositor convidado. A letra é elaborada em grupo/turma e em sala de aula, merecendo a versão final aprovação por parte de todos os alunos.

Os prémios do concurso “Canção à espera de palavras” são hoje entregues nas escolas distinguidas. Para além do sistema de som e da assinatura digital do PÚBLICO anunciados no regulamento, os alunos têm direito a um prémio especial: a presença de Mário Laginha.