Cartas ao director

Não tenho palavras

 Foi assim que a cantora norte-americana Ariana Grande comentou o atentado no Manchester Arena que vitimou 22 pessoas . As grandes concentrações de cidadãos devem ser objecto de redobrados cuidados .Não se compreende como o bombista suicida  estava referenciado pela polícia inglesa. Concluir se as  medidas policiais foram desajustadas perante as análises de risco é uma forma de precaver novos atentados. Criar barreiras físicas para impedir atentados, quando barreiras de arame farpado impedem actos de solidariedade não é o caminho para combater o terrorismo. E as crianças  sírias e iraquianas que morrem diariamente vitimadas por atentados terroristas?

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

 

Atentados à vida

A propósito dos atentados de Manchester, de Londres, de Nice, de Paris e de todos os outros actos de terror a que temos vindo a assistir nos últimos anos, aparentemente podemos pensar que nada está a ser feito para prevenir a ocorrência dos mesmos, mas também é importante que se tenha a noção de que cada vez que ocorre um atentado, talvez muitos outros tenham sido evitados.

A raiz do problema pode estar na forma como lidamos com o mesmo, dando demasiada importância a um grupo extremista que não respeita a forma de ser diferente, e quando a propósito do negócio da venda de armas para o suposto combate ao terrorismo, estamos a alimentar o ódio e as convicções do fanatismo religioso, que não olha a meios para atingir fins, ceifando a vida a seres humanos inocentes, e onde não há vencedores nem vencidos, apenas pessoas que sofrem, e ficam marcadas para toda a vida.

O argumento de que não podemos ceder ao medo, pode ter a sua razão de ser, mas a verdade é que são muitas e variadas as estratégias utilizadas para perpetrar os actos de barbárie, e não temos a certeza de que podemos andar descansados, porque desconhecemos quem está ao nosso lado, e quais as suas reais intenções, pela que uma atitude cautelosa por parte de cada um de nós, pode fazer a diferença na prevenção.

Américo Lourenço, Sines

 

Protesto contra a Câmara do Porto

 

É um Largo antigo [o Largo do Capitão Pinheiro Torres de Meireles, Foz do Douro], aquele em que moramos. Há casas habitadas pela mesma família há quatro gerações. Muitas foram construídas no século XIX, quando ainda a "Máquina", com a sua locomotiva e pequenas carruagens que podemos ver em fotografias da época, vinha à Estação de Cadouços, uns metros acima. Um Largo com história… construído principalmente sobre rocha duríssima.

É inacreditável que a Câmara Municipal do Porto, para criar 240 lugares de estacionamento, tenha escolhido o subsolo deste Largo. Insiste em destruir o que neste local existe há tantos anos, escavando bem fundo, junto a alicerces frágeis – muitas casas só tinham rés-do-chão e entre os anos 90 do século XIX e o início do século XX foram sendo acrescentados, gradualmente, mais andares – derrubando as árvores, desviando lençóis freáticos que abastecem vários poços, fazendo desaparecer o que resta de um parque infantil... Nesta decisão, foi dada prioridade ao automóvel, com a poluição sonora e atmosférica que isso acarreta, quando a preocupação deveria ser a criação ou pelo menos a preservação de zonas verdes, da qualidade de vida, da tranquilidade…

Há outras alternativas para estacionamento! Encontrem-nas!

Respeitem os moradores deste Largo. Não continuem a ignorar petições com centenas de assinaturas, abaixo-assinados, protestos orais e escritos, relatórios geotécnicos e outros pareceres. Respeitem-nos!

Júlia Maria Freire Rocha, Porto

 

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