Três anos depois, o encenador norte-americano regressa ao Festival de Almada com a revisitação de I Was Sitting on My Patio This Guy Appeared I Thought I Was Hallucinating, a 16 e 17 de Julho, no D. Maria II. Espectáculo emblemático de um homem que dispensa qualquer imitação da vida em palco.

A artificialidade defendida por Robert Wilson é fácil de explicar: o palco não é um lugar como outro qualquer. Vida e espectáculos não podem equivaler-se porque, simplesmente, não são a mesma coisa, diz-nos. "A forma como dizermos Shakespeare em palco é muito diferente da forma como falamos quando estamos num restaurante; a forma como nos sentamos no palco é diferente da maneira como nos sentamos à espera de um autocarro na paragem; não se canta Aida da mesma maneira que se canta no duche. É um palco — e o palco não se parece com nenhum outro lugar".

Entrevista e retrato e um artista no seu atelier mental aqui... Por Gonçalo Frota

 

Ainda no palco: evocação, por José Sasportes, de Peter Brook, desaparecido há uma semana.

 

 

Sérgio B. Gomes — e estamos já em Madrid  percorre a edição de aniversário do PHotoEspaña — são 25 edições — que nos lembra as dores de parto da fotografia documental até se afirmar como um pilar da compreensão do que nos rodeia. É uma boa parte da história da fotografia do século XX. Há diferentes tipos de viagens para passados também diferentes. Alberto García-Alix viaja séculos através da pintura, mas com um pé em si (quase no presente); Horacio Fernández leva-nos até ao festim impresso dos anos 1960; a Casa Árabe mostra-nos como o Líbano não consegue sair do seu (trágico) passado; e Javier Campano dá-nos a mão para irmos com ele até à sua primeira década de fotografia (75/87). Boa viagem.

 

Holofotes apontados a Carla Simón, realizadora tornada em ponta de lança do jovem cinema espanhol. À sua segunda longa-metragem, venceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim com uma história de família na Catalunha rural. É Alcarràs, belíssimo filme à sombra de Victor Erice e do neo-realismo que diz: a terra a quem a trabalha.

Jorge Mourinha entrevistou Carla.

 

Deve ser o mais bonito dos festivais. A Cinemateca de Bolonha organiza um festival, Il cinema ritrovato. Um programa sumptuoso: centenas de filmes, muitos com mais de 100 anos, nuns curtos oito dias, em oito salas, duas delas ao ar livre. O cinéfilo mais empedernido tem a difícil tarefa de escolher entre homenagens a Sophia Loren ou ao actor favorito de Brecht, Peter Lorre, um foco centrado no argentino Hugo Fregonese, algumas (re)descobertas e os mais recentes restauros, de A Regra do Jogo, passando pelo Samouraï de Melville até à A Última Sessão, de Bogdanovich. Estivemos lá.

 

"Uma insurgência estética contra as regras que definem o que é belo, na arte e nos corpos", expõe(-se) uma dupla brasileira radicada em Portugal. A actriz, performer e cantora Tita Maravilha e a DJ, produtora e performer Ágatha Barbosa começaram nas artes performativas, mas agora Trypas Corassão dá nas vistas com canções electrónicas no álbum Beleza Como Vingança

"Tentamos costurar diferentes belezas e estranhezas não hegemónicas e assim reinterpretar o que é belo e estranho. Pensamos agora numa beleza possível, acessível e subversiva.", dizem a Vítor Belanciano

 

 

Deixo-vos com uma incitação: sejamos utópicos: a arte de Gabriel Chaile é mesmo para todos. O artista argentino, que mora em Lisboa, realiza a sua primeira individual em Portugal