Joana Gama parte com o piano à procura do país

Depois de uma profunda relação com a obra de Erik Satie, a pianista regressa à obra de Lopes-Graça e Vasques Dias através da edição de Travels in My Homeland. Uma forma de visitar Portugal através da música contemporânea para piano.

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Vitorino Coragem

Numa tarde de infernal calor em Agosto de 2014, Joana Gama apresentou no Auditório de Cem Soldos, integrada na programação do festival Bons Sons, duas sessões de um recital composto pela obra de Fernando Lopes-Graça Viagens na Minha Terra. Era um reportório que a pianista tinha começado a apresentar ao vivo um ano antes, baseado em melodias tradicionais portuguesas, e que fazia o trajecto de volta à aldeia, ao encontro de um novo público. “O próprio Lopes-Graça dizia que preferia mil vezes fazer um concerto numa aldeia”, comenta Joana Gama, “a tocar para o público todo bem vestido de Lisboa.” Apesar da temperatura no interior do auditório e da constante entrada e saída de público habitual nestas ocasiões, o momento era, por isso, de simbólica importância para a intérprete e tornava aquela data, à partida, inesquecível, quando aquelas melodias tradicionais (transmutadas) voltavam a ecoar mais perto dos cenários de transmissão oral.

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