Macau desafia Las Vegas nos ringues de boxe

Macau quer, tal como Las Vegas, atrair turistas através dos eventos, de que são exemplo os combates de boxe

Foto
Steve Marcus/Reuters

Conhecida como a Las Vegas da Ásia por causa do sucesso dos seus casinos, Macau quer, tal como o destino norte-americano, atrair turistas através dos eventos, de que são exemplo os combates de boxe, escreve a AFP.

Na senda da diversificação na área dos eventos proclamada por Macau, a agência de notícias francesa destaca o torneio de boxe que em Novembro vai ter como estrela o filipino Manny Pacquiao, e refere o “potencial da imensa audiência” do interior da China, a dois passos do território. Em Abril, o combate realizado em Macau entre o duplo campeão olímpico de boxe Zou Shiming, primeiro chinês a disputar um combate profissional, e o mexicano Eleazar Valenzuela, foi visto por 300 milhões de telespectadores na China.

Entretanto, a Sands China anunciou que vai voltar a trazer Zou Shiming a Macau para o “Fists of Gold II”, agendado para 27 de Julho. E depois do pugilista chinês, será a vez do filipino Pacquiao, uma das grandes estrelas da Ásia, entrar no ringue a 24 de Novembro, para defrontar o norte-americano Brandon Rios. O combate vai decorrer no The Venetian, o maior casino do mundo aberto em Macau em 2007.

Foto
Manny Pacquiao Steve Marcus/Reuters

“Vai ser algo grande, é uma coisa que nunca foi feita na Ásia, que é o novo destino de eleição para organizar os grandes combates de boxe”, disse à AFP Michael Koncz, agente de Pacquiao. Para Bob Arum, promotor desportivo norte-americano e organizador do combate Zou-Valenzuela, a China “é um país onde as pessoas começam a ter a possibilidade de gostar do que nós, no Ocidente, estamos habituados, como por exemplo o boxe profissional”. “Se for bem feito, poderá ser a primeira audiência mundial para este desporto”, acrescentou.

As receitas brutas geradas pelos casinos de Macau ultrapassam as de Las Vegas desde 2006 e no passado ascenderam a 305.235 milhões de patacas (28.804 milhões de euros), mais 13,4% do que em 2011. “Historicamente é um destino de jogo. Mas em Las Vegas, eles perceberam há 15 ou 20 anos que podiam fazer dinheiro noutros sectores turísticos”, sublinhou Glenn McCartney, professor na Universidade de Macau.

“Acolher eventos de prestígio tem inúmeros efeitos secundários”, incluindo o de “fazer passar a mensagem que Macau é uma cidade dotada de uma oferta diversificada” em termos de entretenimento, acrescentou. O combate Pacquiao-Rios “vai também trazer um pouco de frescura ao calendário desportivo de Macau”, que em Novembro volta a acolher o Grande Prémio, estimou por sua vez Dino Couto, do Instituto de Formação Turística de Macau. “Os efeitos a curto prazo não são ainda visíveis, mas a longo prazo, os eventos vão conferir uma imagem de marca a Macau, que indica que o território pode acolher diferentes tipos de espectáculos, jogos, competições e torneios, acrescentou.

Sugerir correcção
Comentar