Vhils, o artista dos retratos na parede, está na Oliva Creative Factory

Esta intervenção em curso de Alexandre Farto, conhecido por transfigurar edifícios, ficará concluída este domingo em São João da Madeira.

Vihls já usou muros da antiga fábrica de Braço de Prata em Lisboa como tela
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Vihls já usou muros da antiga fábrica de Braço de Prata em Lisboa como tela Luís Manso
Artista utiliza berbequins e explosivos
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Artista utiliza berbequins e explosivos Luís Manso

Vhils, o nome artístico de Alexandre Farto, que se notabilizou a transformar paredes de edifícios de todo o mundo em retratos expressivos, está neste momento na Oliva Creative Factory, a incubadora de indústrias criativas que está a nascer na antiga metalúrgica Oliva, em São João da Madeira.

Vhils está a esculpir uma parede da Oliva em frente ao portão de entrada da fábrica até ao próximo domingo. A estrada está cortada ao trânsito e o trabalho pode ser acompanhado in loco, desde que respeitadas as condições de segurança definidas - até porque o artista trabalha com explosivos e berbequins.

O desenho está ainda em segredo, mas presume-se que estará relacionado com a antiga Oliva. Vhils analisou vária documentação relativa à história de uma das mais emblemáticas metalúrgicas nacionais, que durante anos fabricou máquinas de costura e banheiras, e inteirou-se do projecto e filosofia da Oliva Creative Factory que, com este convite, quis perpetuar, na sua porta de entrada, mais uma experiência artística. A inauguração da infra-estrutura está marcada para Maio.

Vhils, de 25 anos, que tem obra em Lisboa, Londres, Berlim, Moscovo, entre outras cidades do mundo, foi convidado a deixar a sua marca no projecto são-joanense que tem por lema “Transformar o talento em negócios”. O convite não surge por acaso. Tudo se pode cruzar. “A intervenção pedida a Vhils inscreve-se no objectivo de fazer convergir para esta incubadora experiências e desafios artísticos que, pela energia criativa que transportam, e pela inovação de linguagem que representam, significam um grande potencial de influência para os negócios que aqui se vão instalar”, explica Suzana Menezes, directora-executiva da Oliva Creative Factory. 

A obra de Vhils tem raízes na street art e no grafitti e conjuga desenho à mão livre, animação, design gráfico e ilustração. Escava paredes para criar retratos profundos, que se tornam inesquecíveis. É conhecido por marcar a identidade das cidades por onde passa. Usa berbequins, pequenos explosivos, metais, restos de cartazes, tintas de muitas cores, para deixar a sua marca no espaço urbano. Natural de Lisboa, onde nasceu em 1987, concluiu os estudos na University of the Arts em Londres, em 2008.

A Oliva Creative Factory está em obras para abrir em Maio como pólo criativo, com uma escola de dança, um museu de arte contemporânea, espaços para exposições, oficinas de restauro de obras de arte e de mobiliários preciosos, grupos de teatro, workshops e ainda áreas destinadas a residências artísticas. Neste momento, decorre um concurso de ideias para várias áreas de expressão artística, apadrinhado pelo arquitecto Souto de Moura, pelo designer Henrique Cayatte e pelo estilista Miguel Vieira.
 

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