O soldado que não queria lutar e acabou nas mãos dos taliban

Bowe Bergdahl abandonou o seu posto antes de ser apanhado pelos islamistas. Mas será que deveria ter sido enviado para a guerra?

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Antes de se ter tornado um prisioneiro dos taliban, antes de ter escrito o seu diário Sou o Lobo Solitário do Vazio Mortal, antes de se ter alistado no Exército, o sargento Bowe Bergdahl foi demitido da Guarda Costeira americana por razões psicológicas, afirmam amigos chegados que na altura estavam preocupados com a sua saúde mental.

A demissão de 2006 e toda a escrita de Bergdahl — o diário escrito à mão juntamente com outros ensaios, histórias e emails a que o Washington Post teve acesso — traçam o retrato de um jovem profundamente complicado e frágil, que estava a lutar para manter a sua estabilidade emocional desde que começou a recruta até ao momento em que, em 2009, abandonou o seu posto no Afeganistão.

“Estou preocupado”, escreveu numa entrada do diário antes de ser mobilizado. “Quanto mais me aproximo do dia de embarque, mais calmas as vozes ficam. Estou a regredir. Estou a ficar frio. Os meus sentimentos estão a ser inundados por uma lógica gelada e pelo treino, toda a insensibilidade do julgamento frio da escuridão.”

“Não vou perder a cabeça, este mundo que tenho profundamente dentro de mim”, escreveu umas páginas mais tarde. “Não vou perder esta paixão pela beleza.”

“Estou a tentar manter-me intaeiro”, escreveu noutra altura, usando a sua forma de soletração pouco ortodoxa. “Estou tão farto da escuridão, mas o que me aconteceria sem ela. Bolas, porque é que eu não deixo de pensar nisto.”

A 9 de Junho, duas semanas antes de se ir embora, Bergdahl enviou um email a um amigo. “aqi l1nha na0 b0 a. Digo t qand ti ver linha s gura sobre pl/-\nos”, lia-se na mensagem parcialmente em código, e uma das muitas referências de Bergdahl a planos não explicitados de se ir embora — para a China, para as montanhas, ou como disse a certa altura, para “o mundo pintado do artista, escondido dos campos de sangue e gritos, escondido do monstro dentro de si”.

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Correspondência de Bergdahl que chegou às mãos da sua amiga Kim Harrison Stephanie McCrummen/The Washington Post

Vários dias depois de ter desaparecido, uma caixa com o seu diário azul em espiral, o portátil da Apple, uma cópia do romance Atlas Shrugged, registos militares e outros objectos, chegou a casa de Kim Harrison, uma amiga chegada que Bergdahl tinha nomeado na papelada do Exército como a pessoa que deveria receber os seus restos mortais.

Harrison afirma que decidiu partilhar o diário e os ficheiros de computador com o Washington Post porque tinha ficado preocupada com a forma como Bergdahl estava a ser descrito como um desertor calculista, quando na verdade para ela é apenas um jovem sensível e vulnerável.

Os pais de Bergdahl não quiseram ser entrevistados sobre os escritos do filho ou a sua saúde mental. Um porta-voz militar adiantou que não lhe poderiam ser dirigidas perguntas “nesta altura do seu processo de reintegração” [o sargento está ainda num centro militar norte-americano na Alemanha a ser avaliado e preparado para retomar os contactos sociais, incluindo com a família].

Harrison e outros próximos de Bergdahl afirmam que os seus escritos e os acontecimentos que rodeiam a saída da Guarda Costeira levantavam dúvidas sobre a sua aptidão mental para cumprir o serviço militar e do porquê ter sido aceite no Exército em 2008. Normalmente, uma dispensa por motivos psicológicos desclassificaria um potencial recruta.

De acordo com os registos da Guarda Costeira, Bergdahl deixou o serviço com “uma dispensa não caracterizada” ao fim de 26 dias de treino básico no início de 2006. O termo aplica-se a pessoas dispensadas antes de completar 180 dias de serviço. Não há razões especificadas nestas dispensas, e um representante da Guarda Costeira afirmou não haver mais informação disponível.

Um alto responsável do Exército, que não quis ser identificado, confirmou que o Exército estava ciente de uma “dispensa administrativa” anterior quando Bergdahl se alistou. Outro responsável, que também quis permanecer anónimo, adiantou que nessas circunstâncias Bergdahl terá necessariamente pedido uma requisição para se poder alistar, mas não soube adiantar se ele a recebeu ou não.

Com duas guerras a serem travadas no Iraque e no Afeganistão em 2008, o Exército estava a atingir os objectivos de recrutamento aprovando requisições que permitiam a pessoas com registos criminais, problemas de saúde e outros, de se alistarem. De acordo com um estudo de 2008 sobre o assunto do Army War College, o Exército estava a levantar as restrições a um ritmo de um por cada cinco recrutas.

Quaisquer que tenham sido as circunstâncias do recrutamento, a dispensa da Guarda Costeira não foi uma surpresa para Harrison e outros amigos que cresceram com Bergdahl em Ketchum, no Idaho, que dizem que ele não se ajustava bem ao serviço militar.

“Ele é o exemplo perfeito de uma pessoa que não deveria ter ido” para a guerra, diz Harrison, que quis ser identificada pelo o seu antigo apelido de casada porque teme ameaças [a troca do sargento americano, acusado por muitos de ter desertado, pela libertação de cinco taliban gera ainda muita contestação]. “Pior só uma pessoa com um QI baixo. Na minha opinião, eles não quiseram saber.”

Só há pouco tempo é que Harrison conseguiu ver o vídeo da libertação de Bergdahl, no qual ele sai rigidamente de um camião taliban para um helicóptero americano.

Nos primeiros vídeos de propaganda taliban, diz, conseguiu sempre reconhecer uma parte do Bowe de Ketchum, algum traço da boa postura que ele mantinha ou uma expressão familiar. Ao analisar os seus músculos tensos e movimentos do vídeo de libertação, “não vi nada que restasse do Bowe”, diz.

Aquilo que Bergdahl escreveu no diário, os emails, o portátil, são pistas sobre o ano que antecedeu o momento em que abandonou o seu posto no Leste do Afeganistão a 30 de Junho de 2009. Harrison tem mantido a guarda do material desde alguns dias depois disso, excepto por um breve período em que o forneceu aos investigadores do Governo americano para que o analisassem. Não foi encontrada nenhuma referência aos taliban, quer no diário quer nos ficheiros de computador, nem à política da guerra no Afeganistão, apesar de haver referências sobre a guerra em geral.

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Bowe Bergdahl com um dos seus raptores a 19 de Julho de 2009. As imagens seguintes são também de um vídeo, que regista o momento da sua libertação, a 31 de Maio, próximo da fronteira com o Paquistão ReutersTV

“Realmente, que patético me sinto quanto ouço as pessoas falar do inferno para o qual estamos a caminhar”, escreveu no computador num ficheiro intitulado “As minhas memórias do exército”. “Comparado com o inferno das verdadeiras guerras do passado, não passamos de escuteiros. Escondidos de crianças por trás dos nossos camiões militares, das nossas armações e postos protegidos por sacos de areia, dizemos a nós mesmos que não somos cobardes…”

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Os seus escritos espelham sobretudo os seus pensamentos e lutas internas, desde a primeira entrada do diário, de 11 de Junho de 2008, no mês em que Bergdahl começou o treino militar na Georgia, ao último email datado de 27 de Junho de 2009, três dias antes do seu desaparecimento.

“Isto são apenas pensamentos no início desta viagem”, começa a primeira entrada do diário, com a sua escrita cuidada que, segundo Harrison, Bergdahl praticava enquanto adolescente para ultrapassar o que ela acha ter sido um problema de dislexia. “Estes pensamentos insistem em avassalar-me… Passei uma grande parte da minha vida a pensar que a escuridão era tudo o que eu tinha à minha frente, que seria escuridão até ao último instente. Sei que isto não é assim. Sei que há luz na escuridão e que eu posso realmente atingi-la se continuar a andar, se continuar a ir na sua direcção.”

Se é verdade que os amigos de Ketchum ficaram preocupados com a sua decisão de se alistar no Exército, também é verdade que a acharam uma “coisa típica do Bowe”.

Depois de ter crescido a ter aulas em casa nas imediações rurais de Hailey, no Idaho, Bergdahl juntou-se a um grupo artístico, de pensamento aberto na cidade próxima de Ketchum, onde conheceu Harrison e começou a ter aulas de ballet e esgrima no centro artístico que ela dirigia. Começou a viver fora de casa, a dormir de sofá em sofá, e ficou amigo do filho dela, Shane, e da filha, Kayla. Também fez amizade com outros dois jovens que falaram com o Washington Post mas que não quiseram ser identificados por também temerem ameaças.

Eles descrevem Bergdahl como um homem introspectivo que às vezes pintava as unhas das mãos de preto e que se identificava com os samurais japoneses e os cavaleiros medievais. Era muitas vezes visto a ler e a escrever num bloco de notas. Gostava de se descrever como uma alma obscura, aventurosa, com espírito cavaleiro, uma personagem dramática com a qual os amigos se metiam frequentemente.

“Havia dois lados. Um era o tipo que era superdoce”, diz um dos seus amigos. “Ao mesmo tempo, havia esta profunda introspecção.”

Quando fez 18 anos, Bergdahl começou a sair para pequenas aventuras. Dizia aos amigos que se ia juntar a uma equipa de velejadores na Florida, que ia para França integrar a Legião Estrangeira, ou que ia fazer uma volta de bicicleta pela América do Sul, e depois reaparecia em Ketchum ao fim de pouco mais de um mês.

Até que um dia, em 2006, Bergdahl anunciou que se ia alistar na Guarda Costeira — uma decisão que os seus amigos acharam insensata dada a sua personalidade. Harrison diz que o tentou demover, mas que acabou por aceitar e até o levou ao gabinete militar em Idaho Falls para ele fazer o exame.

Pouco depois de deixar Ketchum para receber a recruta, Bergdahl mandou-lhe uma dezena de páginas do bloco cheias de uma letra minúscula, onde se mostrava contra os rigores da vida militar. Ela diz que ficou alarmada. Quando voltou ao fim de umas semanas, disse-lhe que saíra por dispensa psicológica.

“Ele disse-me que tinha fingido”, recorda. “Eu respondi: ‘Não se finge uma dispensa psicológica, é preciso ficar-se incapacitado.’ Eu disse-lhe isso. A realidade é que ele não estava bem. Eu vi nas cartas, na forma como a caligrafia mudava, na raiva.”

Outro amigo também se lembra de ter tido uma conversa parecida com Bergdahl. “Perguntei-lhe ‘O que se passa?’”, recorda agora. “Ele respondeu que começou a fingir ter distúrbios psicológicos, dizia coisas estranhas só para sair dali. Lembro-me de lhe dizer ‘há mais qualquer coisa que está a acontecer’. Ele respondeu-me: ‘Escolhi fazê-lo assim.’ Sei que ele achava que tinha tudo sob controlo. Mas eu não. Eu, sinceramente, duvidava de que tivesse.”

Dois anos mais tarde, no início de 2008, Bergdahl confessou a Harrison que se tinha alistado no Exército. “Fiquei furiosa: ‘Como e quando é que fizeste isso? E como é que eles te permitiram?’” Em Junho de 2008, Bergdahl aterrou na Georgia para começar o treino básico e foi aí que começou a escrever o seu diário azul. No calendário que tinha na contracapa ia riscando os dias com traços e pontos. Dentro do diário, incluía páginas de sudoku com as respostas coladas na parte de trás das folhas arrancadas. “Lobo, rafeiro, perdigueiro, cão. Isto era o que me chamavam na infância”, escreveu nas primeiras páginas. “Mas, que valho eu? A minha existência é a do exílio. Viver nas franjas deste mundo como um guarda...”

Escreveu sobre o que dizia serem as mentes “rasteiras” e brutas que o rodeavam, e “todo este inferno que tantos atrai, e todos fazem parte da ilusão”. Às tantas, escreveu: “Sorvedores de balas. É isto que os SEAL chamam aos tipos do Exército e às outras forças militares terrestres. E até está certo, basicamente o trabalho de um soldado é morrer.” Noutro momento, escreveu: “Relâmpagos, não há nada mais bonito do que os clarões de relâmpagos...” E logo a seguir: “charcos de lama, verdadeiros paranóicos”.

Bergdahl escreveu vários diálogos entre personagens e histórias sobre cavaleiros que eram filósofos e sobre uma rapariga que “ama a beleza que encontra neste mundo”. “Estou preocupado”, escreveu umas páginas à frente. “... Lembrar. LEMBRAR. Imaginação. Realidade. Sonhar. Os Universos. LEMBRAR. Frio. Veloz. Claro. Calma. Lógica. Nada de nada. Morrer aqui. Esvaziar-me aqui.”

Na preparação para ser mobilizado para o Afeganistão, começou a construir listas incluindo uma que se chamava “Filmes para a Minha Insanidade”, que ia desde o Quase nos Teus Braços, com o Cary Grant, à Mary Popins, O Paciente Inglês, ou o Silêncio dos Inocentes. Escrevia sobre o que fantasiava e as suas metas. “Um dia, se conseguir escapar-me daqui, vou viajar pelo mundo. Não vou usar aviões, só comboios, barcos, veículos sobre rodas e... os meus pés (se ainda os tiver). Vou aprender russo. Vou aprender japonês. Vou aprender francês. Vou aprender chinês.” Na última página do diário, listou várias ideias para histórias, a última das quais era “a história de um tipo à beira da loucura que vagueava solitário pelo mundo”. Num pedaço de papel colado ao diário escreveu: “Encaminha-nos até ao fim disto. Encaminha-nos. E encaminha-nos para fora daqui...”

Para acabar os treinos, Bergdahl foi mandado para Fort Richardson, no Alasca. Em Março de 2009, chegou a Paktika, no Afeganistão, para ocupar uma faixa de areia do tamanho de um campo de futebol toda cercada de arame farpado. Para o meio desta paisagem em tons bege, Bergdahl trouxe o seu portátil carregado com dúzias de fotografias de nuvens — nuvens ao nascer do sol e ao ocaso, em tonalidades de laranjas, azuis e cinzentos. Os outros soldados tanto o descreviam como uma figura altiva, isolada e inquietante como um “bom soldado” que obedecia às ordens. Num ficheiro intitulado “Cérebro atirado borda fora”, Bergdahl escreveu isto sobre a sua nova experiência: “Estou num sítio mesmo estranho.” Continuava assim: “É como se estivesse a ser puxado para longe do mundo dos humanos e ao mesmo tempo para mais perto das pessoas. É como se não fossem as pessoas o que mais odeio, mas sim as ideias e a realidade que a sociedade lhes impôs... Tenho tanto para mudar, e todos os dias, mas depois a minha cabeça fecha-se sobre si própria, como se houvesse outra pessoa cá dentro que me fechasse a porta na cara... Quero acabar com estes pensamentos e atirá-los para o fundo de um desfiladeiro.”

Num outro ficheiro, escrito alguns dias mais tarde, havia duas páginas totalmente preenchidas com repetições da mesma frase “velcro ou zipper/velcro ou zipper/ velcro ou zipper”.

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HAILEY, a terra natal de Bergdahl, no Idaho AFP

O pelotão de Bergdahl evitava sobretudo combates. Em Maio, durante um confronto sério com os taliban, uma das missões foi mal planeada e acabou por o deixar a ele e a outros companheiros presos na montanha por quatro dias. Bergdahl começou a registar esses dias no computador, descrevendo esta missão, cujo objectivo era ajudar a recuperar um veículo armado mas que acabou por correr mal quando a coluna militar onde seguia foi atingida por um engenho explosivo improvisado. “A missão foi prolongada, mas pouco detalhe... porque o comando age como se guardasse algum tipo de segredo quando dá as ordens... alcançar a estrada da montanha, que não é mais do que uma pista de kart que de forma redícula serpenteia a face íngreme [da montanha] para chegar lá acima, põem-se cintos de segurança, apertam-se capacetes e subconscientemente nos protegemos com as mãos e os pés...” Não acabou a frase. Ainda nesse mês escreveu um email a um dos amigos de Ketchum: “Por isso, não me interessa se o meu corpo é um todo ou cinza. Preferia um todo, sentir-me-ia melhor se fosse atirado ao mar todo, do que só as cinzas borda fora... Obrigado.”

A 7 de Junho, três semanas antes de abandonar o seu posto, Bergdahl enviou um email a Kayla, filha de Harrison. “Se a algum momento a kim receber uma chamada da cruz vermelha, ou da tropa, não interessa quando, se dentro de uma semana, mês, ou anos... impede-a de entrar em pânico e maus pensamentos. Sabes o que eu faço. Bolas, tenho muito para melhorar e as acções podem ficar... estranhas. Nada de alarmes. Sou bom. Mas os planos começaram a ganhar forma, sem datas para já... amo-te! Bowe.”

Kayla respondeu de volta, alarmada: “Que planos exactamente é que tens na cabeça?” “aqi l1nha na0 b0 a. Digo t qand ti ver linha s gura sobre pl/-\nos”. No dia seguinte, Bergdahl respondeu-lhe. “Ainda há tempo para ir pensando.” “Apenas não faças nada estúpido ou inútil”, devolveu-lhe Kayla. E responde-lhe Bergdahl: “Bem sabes que planeio melhor do que isso.”

Num ficheiro intitulado “LER.se morri”, datado de 8 de Junho, Bergdahl escreveu sobre a realidade da sua vida como soldado e a ideia de uma vida enquanto um “contador de histórias”.

“Amanhã posso estar morto. Os pensamentos que vêm repousar ao meu consciente e subconsciente... Estes pensamentos impuseram-se-me na cabeça. Para minha protecção... vou tentar usar o pouco tempo que a vida me dá, para trazer a sua beleza ao mundo... esta é a vida de um contador de histórias.”

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Entre os objectos que chegaram a Harrison estava o diário azul do soldado americano Stephanie McCrummen/The Washington Post

A 14 de Junho, Bergdahl voltou a enviar um email a Kayla dizendo estar a “olhar para um mapa do Afeganistão” e perguntando se podia transferir dinheiro para ela ou para Kim “para proteger o dinheiro no banco para o caso de as coisas correrem mal”.

E a 21 de Junho, novo email de Bergdahl: “Até onde pode ir um ser humano para encontrar a liberdade total...” “Em nome da liberdade de um, têm eles o direito de destruir o mundo para o reconquistar?” A 27 de Junho enviou um email aos amigos intitulado “Quem é John Galt?”, numa referência ao herói do livro de Ayn Rand, Atlas Shrugged, sobre o individualismo numa América distópica.

“Não me vou pôr ao serviço de nenhum bandido, nem esconder-me, porque conheço John Galt, e compreendo... Esta vida é demasiado curta para estar ao serviço dos que comprometem os valores e as suas éticas. Basta de cedências.” E três dias depois Bergdahl abandonou o seu posto. Várias dias depois disso, chegou uma caixa a casa de Harrison. No remetente tinha a caligrafia de Bergdahl. Lá dentro, entre outras coisas, estava o portátil e um saco de plástico fechado com o seu diário azul. “Passei-me. Significava que ele tinha feito mesmo alguma coisa estúpida ou louca”, recorda Harrison.

Exclusivo PÚBLICO/The Washington Post     

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