Austrália

À caça de votos nos confins da Austrália

Com as eleições à porta, equipas da comissão eleitoral percorreram os locais mais remotos do país para assegurar que todos os eleitores exerciam o direito de voto.

David Gray / Reuters
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David Gray / Reuters

Kelly Ann Mackay é assistente social e Heather McInerney é criadora de cabras mas nas últimas semanas tiveram outra missão: andar pelas zonas mais remotas no interior do estado australiano de New South Wales para garantir que todos podiam votar nas eleições parlamentares deste sábado. Esta dupla é apenas uma de 10, só no estado de New South Wales, que a Comissão Eleitoral Australiana convocou para estas eleições. Como a eficácia dos correios não é fiável nestas zonas, estas equipas vão ao encontro das populações. Só Mackay e McInerney montaram 10 cabines de voto temporárias numa área de mais de 30 mil quilómetros quadrados, onde residem 107 mil dos 5 milhões de eleitores registados no estado. “Para garantir que as pessoas mantém o direito e o acesso ao voto proporcionamos estas circunstâncias”, afirma Erin Eames, responsável pela comissão eleitoral na área. Num país onde o voto é obrigatório e existem cerca de 15 milhões de pessoas recenseadas para o fazer, ao longo de todo o país este tipo de equipas é comum. As chuvas intensas na região causaram inundações e obrigaram ao corte de estradas, tendo uma equipa ficado presa numa localidade durante quatro dias. Para contornar a situação, elementos da comissão eleitoral tiveram de voar para as aldeias afectadas para assegurar que os votos eram recolhidos. “Não é barato mas não podemos por um preço na democracia”, disse Eames. Kelly e Heather chegaram a Enngonia na semana passada, um pequeníssimo entreposto a 860 quilómetros de Sydney, onde se contam mais cangurus do que pessoas. A tenda verde recebeu a visita de 30 eleitores nas quatro horas em que a dupla lá esteve. Para os eleitores desta aldeia, aquilo que os preocupa actualmente é o problema do desemprego no entanto uma das eleitoras, com quem a Reuters falou, disse não conhecer os principais candidatos. No final dessas quatro horas, Mackay guardou os votos selados no seu quarto e só no dia seguinte um estafeta apareceu para os recolher e levá-los para a base, em Canberra. De seguida partiram de Enngonia, rumo a outra localidade igualmente isolada no enorme território australiano.

David Gray / Reuters
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