Todos os anos, milhares de pessoas enchem a Praça Vermelha de Moscovo, na Rússia, para festejar a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazi na II Guerra Mundial. O dia 9 de Maio ficou marcado como o "Dia da Vitória", um dos feriados mais importantes do país, em que soldados russos e tanques desfilam pela cidade e aviões de combate cruzam os céus. "Os ensinamentos da guerra que passou relembram-nos a estar vigilantes e que as Forças Armadas da Rússia são capazes de repelir qualquer potencial agressão", disse o Presidente russo, Vladimir Putin, à frente da multidão sob o céu cinzento. "Mas para uma batalha eficaz contra o terrorismo, o extremismo, o neonazismo e outras ameaças, toda a comunidade internacional precisa de ser consolidada... Estamos abertos a essa cooperação". Apesar de apelar à união no seu discurso, Putin só contou com a presença do Presidente da Moldávia, Igor Dodon, nas cerimónias deste ano. Ao contrário dos desfiles dos anos anteriores, aos quais compareceram líderes mundiais como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente chinês, Xi Jinping. Estas ausências estão relacionadas com as críticas que vários líderes têm apontado ao papel desempenhado pela Rússia no conflito na Ucrânia. 

O desfile desta terça-feira foi a primeira vez que a Rússia apresentou os seus sistemas de defesa aérea Tor-M e Pantsir SA. Também foram exibidos colunas de tropas, tanques e o sistema de mísseis balísticos intercontinentais da Rússia. Devido à reduzida visibilidade, foi cancelado um espectáculo aéreo da Força Aérea russa, com aviões de guerra que voaram em missões para apoiar o exército do Presidente sírio, Bashar al-Assad. Pequenos desfiles foram realizados em cidades da Rússia, na Península da Crimeia da Ucrânia, que a Rússia anexou há três anos, bem como na base aérea de Hmeimim, na Síria. "O soldado russo de hoje, como noutros tempos, tem mostrado coragem e heroísmo, e está pronto para qualquer desafio, para qualquer sacrifício em prol da sua pátria e do seu povo", afirmou Putin no seu discurso.