Associação que permite cooperação municipal na área da cultura assinala mais um aniversário. Para 2010, espera-se a adesão de mais concelhos

"Uma carruagem de cultura que pára em cada apeadeiro." É assim que António Matos, que preside à Artemrede por indicação da Câmara de Almada, fala desta associação cultural, que comemora cinco anos de existência. As próximas metas são ganhar novos associados, apostar em co-produções e na ligação a festivais, conquistar mais público e incrementar o orçamento de programação, nomeadamente através do mecenato.

António Matos, faz "um balanço largamente positivo" do trabalho da associação, na medida em que "a criação cultural contemporânea precisa de espaço de circulação e de ausência de fronteiras". E com a Artemrede, um espectáculo de uma companhia de teatro francesa tanto pode ser exibido no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, como no cine-Teatro de Sobral de Monte Agraço.

A directora executiva, Ana Coelho, assue que a programação é a actividade "mais visível", mas salienta que "o mais interessante é o processo de construção da rede em si", "a interdependência e partilha" que se foram conseguindo.

Os espectáculos são adquiridos pela Artemrede, como explica Ana Coelho, se quatro associados os escolherem de entre um leque de propostas (ou cinco no caso das produções internacionais), o que permite "não perder a ideia de rede" e obter "descontos consideráveis". "Criámos um território com uma escala que permite comprar criações de maior exigência financeira que um só dos membros não poderia comprar", resume António Matos.

Paulo Varanda, da Câmara do Cartaxo (que detém a vice-presidência da direcção), sublinha que tal tem permitido uma oferta vasta e "muito diversificada" de espectáculos, contribuindo para "sensibilizar, educar públicos". O vereador acrescenta que a associação tem pressionado as autarquias a intervirem nos equipamentos culturais, no sentido de colmatar as insuficiências técnicas.