Listas de espera para cirurgia continuam a baixar

No final de 2010, o número de portugueses inscritos em listas de espera para cirurgia ascendia a 161.621, o que representa um decréscimo de 3130 doentes (1,8 por cento) face a 2009, e de quase 35 por cento face a 2005, ano em que estavam 248.404 doentes registados.

Os dados ontem divulgados pelo Ministério da Saúde indicam ainda que o tempo médio de espera baixou para 3,3 meses (era de 3,4 em 2009 e de 8,6 em 2005) e a percentagem de inscritos em listas de espera em relação ao tempo máximo de resposta garantido diminuiu para 14,7 por cento em 2010, quando em 2009 era de 19,4 por cento e cinco anos antes de 54 por cento.

Ao todo, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as unidades privadas com as quais o Ministério contratualizou actividade cirúrgica realizaram 482.928 cirurgias em 2010, mais 1,6 por cento do que no ano anterior e 39,8 por cento relativamente a 2005. Nos hospitais públicos, o número de cirurgias totalizou 457.654 (mais 1,4 por cento do que em 2009), enquanto nos hospitais convencionados foi de 25.919 (mais 5,7 por cento).

Apesar deste acréscimo global, houve três regiões de saúde que registaram quebras na actividade cirúrgica: no Algarve (menos 8,2 por cento); no Centro (-2,1) e em Lisboa e Vale do Tejo (-1,3). Questionado pelo PÚBLICO, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, explicou que os dados referentes à região algarvia indicam "uma insuficiência na capacidade de resposta do SNS". "Daí a importância de ser construído o novo Hospital Central do Algarve", acrescentou. Quanto às outras duas regiões, Manuel Pizarro salientou que "atingiram o nível de resposta adequado". Já nos hospitais da Região Norte, o número de doentes operados aumentou 7,3 por cento, enquanto no Alentejo o acréscimo foi de 2,6 por cento.

Os dados do ministério indicam ainda que a lista de inscritos para doentes com cancro também registou uma diminuição, ao passar de 3515, em 2009, para 3285, em 2010. Em 2005, a lista de espera tinha 4260 doentes. O tempo médio de espera desceu para 24 meses, menos quatro do que em 2009. Em 2005, cada doente esperava em média 79 meses. Em 2010, foram realizadas 39.309 cirurgias a doentes com cancro, o que significa um decréscimo de 3,7 por cento face a 2009.

O Ministério da Saúde revelou ainda que o número total de consultas hospitalares ascendeu a 10.793.541 no final de 2010, mais 29 por cento do que em 2005. Neste período, o número de primeiras consultas aumentou em mais de um milhão para 3.098.972, em 2010.

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