O melhor da literatura em 2023

Os melhores livros de 2023. Ficção: escolhas de Helena Vasconcelos, Hugo Pinto Santos, Isabel Coutinho, Isabel Lucas, José Riço Direitinho e Mário Santos. Não ficção: escolhas de António Araújo, António Guerreiro, Hugo Pinto Santos e Isabel Lucas. Poesia: escolhas de António Guerreiro, Hugo Pinto Santos e José Riço Direitinho

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Ficção

10

Um Lugar para Mungo

Um Lugar para Mungo de Douglas Stuart | Trad.: Nuno Quintas | Alfaguara

Numa escrita ágil e por vezes barroca, o escocês regressa a uma Glasgow devastada pelas políticas do thatcherismo para continuar o retrato vigoroso e realista do seu anterior romance, Shuggie Bain. A história de um adolescente que descobre a sexualidade sob os efeitos da violência social. J.R.D.


9

Gloria

Gloria de NoViolet Bulawayo | Trad.: Raquel Dutra Lopes | Dom Quixote

Uma fábula, inspirada na tradição oral africana, habitada por animais falantes (e actuantes), que se desenrola a um ritmo acelerado, misturando realidade e ficção, numa linguagem singular. Uma sátira impiedosa ao regime de Mugabe que dominou o Zimbabué durante quatro décadas, através da violência e da corrupção. H.V.


8

Pequena Coreografia do Adeus

Pequena Coreografia do Adeus de Aline Bei | Particular Editora

Depois do premiado O Peso do Pássaro Morto, a brasileira que não se enquadra em nenhum género literário e deixa a poesia invadir a prosa lançou Pequena Coreografia do Adeus. Uma trajectória de dor, perda e violência com ecos de Pina Bausch. I.C.


7

Memórias Encontradas numa Banheira

Memórias Encontradas numa Banheira de Stanislaw Lem | Trad.: Teresa Fernandes Swiatkiewicz | Antígona

Uma sátira feroz que, sob a fachada de uma crítica ao capitalismo, constitui um ataque aos regimes opressivos como o que se vivia na Polónia natal de Stanislaw Lem. A partir de um futuro sem escrita, mergulhado em vigilância permanente, investiga-se o passado “livre”, no qual o discurso ainda era possível. H.P.S.


6

Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa

Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa de Lorrie Moore | Trad.: Inês Dias | Relógio D’Água

Conhecida principalmente pelos seus contos exemplares, a norte-americana cria, neste romance, a figura de um professor confrontado com o passado – a acção passa-se, tanto no séc. XIX como no presente. Uma reflexão sobre o amor filial e romântico ao longo de um doloroso processo de luto. H.V.


5

A Borga

A Borga de Eduardo Blanco Amor | Trad.: Pedro Ventura | Guerra & Paz

Exceptuando três farsas que o Teatro Experimental do Porto levou à cena no longínquo ano de 1980, Eduardo Blanco Amor (1897-1979) – um dos grandes escritores de língua galega do séc. XX – estava inexplicavelmente inédito em português. A Borga narra com verve e malícia a história de 24 horas na vida de três pândegos transgressores numa cidade imaginária (a Ourense natal do autor transfigurada). Publicado em 1959 na Argentina, e só em 1970 autorizado em Espanha pela censura franquista, é um perfeito pequeno romance “tremendista”. M.S.


4

Acolher

Acolher de Claire Keegan | Trad.: Marta Mendonça | Relógio D’Água

Com poucas palavras e parcas descrições de paisagens (interiores e exteriores), a irlandesa cria situações e ambientes, sentimentos e acções que abarcam um universo de enorme riqueza. Uma menina adoptada, um segredo, a solidão, o amor e o desamor, as perplexidades da infância, num registo minimalista e poético. H.V.


3

Felizes Anos de Castigo

Felizes Anos de Castigo de Fleur Jaeggy | Trad.: Ana Cláudia Santos | Alfaguara

Não há raparigas perfeitas neste livro sobre a amizade, o desejo, a melancolia e a loucura. “Tempo de leitura: quatro horas. Tempo de recordação: o resto da vida”, disse Joseph Brodsky sobre esta premiadíssima obra de 1989 que nos leva a um colégio interno de raparigas na Suíça, nos anos 1950. A escritora de culto não estava traduzida em Portugal. I.C.


2

O Eu É Um Outro

O Eu É Um Outro de Jon Fosse | Trad.: Liliete Martins | Cavalo de Ferro

Inclui as partes III a V de Septologia, a obra maior do Nobel de 2023. Comovente, a sua escrita assemelha-se a uma espécie de oração do homem diante das grandes questões: Deus, morte, amor, a arte, a relação com a natureza. Uma litania marcada por silêncios, repetições, uma linguagem que tenta acertar passo com o que Fosse pressente ser o ritmo da relação de que quer falar. I.L.


1

Gargântua & Pantagruel

Gargântua & Pantagruel de François Rabelais | Trad.: Manuel de Freitas | E-Primatur

A publicação em português, e em Portugal (no Brasil, a editora 34 iniciara já, em 2021, a publicação da integral do autor), dos cinco Livros da gigantesca obra de Rabelais só pode ser considerada um acontecimento editorial extraordinário. Perguntar-se-á, eventualmente: “Rabelais? O autor de Gargântua e de Pantagruel? Mas isso não estava já traduzido?”. É que, a par de Cervantes, e poucos mais, Rabelais (1483?-1553) é um daqueles escritores que toda a gente pensa ter lido, ilusão que talvez se deva ao facto de os nomes próprios das personagens por eles criadas terem originado adjectivos de utilização prosaica (e por vezes imprópria). De facto, os dois gargantuescos volumes ora presentes – contendo Pantagruel (1532), Gargântua (1534), O Terceiro Livro (1546), O Quarto Livro (1552) e O Quinto Livro (1564) – constituem a primeira tradução portuguesa integral da prodigiosa pentalogia de Rabelais. Um feito arrojado, e alcançado, que se fica a dever ao poeta Manuel de Freitas. Tardou meio milénio, mas valeu a pena.

Em Rabelais (um antepassado de Céline, sem dúvida), tudo é excesso e desmesura, sobretudo quanto a inventividade vocabular e variabilidade de registos de linguagem. Uma das razões pelas quais a sua obra se pode tornar difícil para os leitores modernos (os franceses, inclusivamente). Paradoxalmente, a estonteante e fabulosa comicidade que a caracteriza, frequentemente firmada numa erudição paródica e desusada, também pode ser um obstáculo – como lembrava M. A. Screech, reputado especialista em Rabelais (e Montaigne) e seu tradutor para inglês. A comédia é mais dependente de circunstâncias de tempo e lugar do que a tragédia. Nada que uma bela nota de rodapé não possa resolver. M.S.



Não ficção

7

Entrevista

Entrevista de António Vieira | Companhia das Ilhas

Uma investida irónica, culta e elegante pelas veredas do pensamento e das artes. António Vieira ficcionou uma entrevista em que expõe as suas ideias e revisita o seu percurso como escritor. Uma obra, como a sua, que cruza ficção, filosofia e as ciências, revela, como disse William Blake, “o mundo num grão de areia”. H.P.S.


7 ex aequo

Um País em Bicos de Pés

Um País em Bicos de Pés de Diogo Ramada Curto | Edições 70

Para uma história e uma sociologia da cultura portuguesa e dos seus nomes fundamentais (especialmente no campo literário) nos séculos XIX e XX, este livro é fundamental. Animado por um olhar crítico e até polémico, Ramada Curto ousa até incursões pouco ortodoxas para um historiador e cientista social. A.G.


7 ex aequo

Ensaios e Cartas Escolhidas

Ensaios e Cartas Escolhidas de Friedrich Hölderlin | Trad.: Bruno C. Duarte | Imprensa da U. Lisboa

Precedida de um importante estudo de Bruno C. Duarte, a colectânea dos estudos e das cartas de Hölderlin possibilita um panorama que se estende de finais do século XVIII e, portanto, do período formativo do poeta aos últimos anos produtivos de um percurso marcado pela genialidade e a loucura. H.P.S.


7 ex aequo

A Hora dos Lobos

A Hora dos Lobos de Harald Jähner | Trad.: Mónia Filipe | Dom Quixote

Escombros, detritos, hordas de gente errante, um mundo virado às avessas. Com uma sistematização impecável, cada capítulo aborda um tema – as ruínas, o sexo, a economia – e o final é um retrato panorâmico, devastador, daquilo a que conduz a loucura dos homens e o horror da guerra. Uma lição não aprendida, infelizmente. Por isso, um livro de leitura urgente. A.A.


7 ex aequo

Contra Toda a Esperança

Contra Toda a Esperança de Nadejda Mandelstam | Trad.: Ana Matoso e Larissa Shotropa | Imprensa da U. Lisboa

"Se estes meus apontamentos perdurarem, as pessoas que os lerem poderão pensar que foram escritos por uma pessoa doente, por uma neurasténica." Palavras de Nadejda Mandelstam, que decorou a obra completa do marido, única forma de a manter viva no regime soviético. Vêm num livro de memórias avassalador. I.L.


6

Ensaios 2

Ensaios 2 de Michel de Montaigne | Trad.: Hugo Barros | E-Primatur

Segundo volume deste magno projecto que nos traz todos os Ensaios. “E se sou homem de algumas leituras”, diz-nos o céptico Montaigne, “sou incapaz de reter o que quer que seja”. O espírito inquisitivo, a pluralidade de interesses, da erudição ao senso comum, fazem de Montaigne nosso próximo e nosso mestre. H.P.S.


5

Pedro Costa — Os Quartos do Cineasta

Pedro Costa — Os Quartos do Cineasta de Jacques Rancière | Relógio D’Água

Os filmes de Pedro Costa circulam com enorme prestígio nos lugares internacionais mais selectos do cinema contemporâneo. Nessa recepção, tem participado o filósofo Jacques Rancière, que colocou este cineasta no seu panteão. O resultado da sua persistente atenção crítica é este volume de mais de 200 páginas. A.G.


3

Da Próxima Vez, o Fogo

Da Próxima Vez, o Fogo de James Baldwin | Trad.: Valério Romão | Alfaguara

Publicado em 1963, agora com versão portuguesa, contém dois ensaios marcantes do Movimento dos Direitos Civis e da obra de Baldwin: A Minha Masmorra Estremeceu e Aos Pés da Cruz. Pessoal, intenso, é exemplar na força da escrita e na sedução argumentativa de um autor fundamental. I.L.


3 ex aequo

Um Dia na Vida de Abed Salama

Um Dia na Vida de Abed Salama de Nathan Thrall | Trad.: Sara Veiga | Zigurate

O título evoca o clássico de Soljenítsin e todos os que se comoveram com a jornada de Ivan Denisovich no gulag não poderão ficar indiferentes à tragédia deste pai, Abed Salama, que em desespero busca o seu filho entre os escombros de um horrível acidente rodoviário nos arredores de Jerusalém, com o conflito israelo-palestiniano em pano de fundo. E não, não é ficção, antes uma reportagem sobre acontecimentos reais e diários, tragicamente diários. Arrebatador. A.A.


2

Morte e Democracia

Morte e Democracia de José Gil | Relógio D’Água

Ao contrário do que o título sugere, este não é um livro de filosofia política. Atravessa fronteiras disciplinares e instala-se sem pedir permissão a nenhum domínio do saber identificável num campo a que Gil chama “espectrologia política”. Trata-se de indagar as relações que a morte e o desejo de imortalidade estabelecem com o poder político. É um livro que tem no seu horizonte a biopolítica, mas segue por vias muito menos sinalizadas, que vão dar a uma outra forma da “tanatopolítica”. A.G.


1

O Mundo Livre

O Mundo Livre de Louis Menand | Trad.: Paulo Tavares e Sara M. Felício | Elsinore

Um tour de force. Mais de mil páginas, dez anos de investigação, este é um “livro épico”, como o definiu o New York Times. O autor é professor em Harvard, foi galardoado por Obama, em 2015, com a National Humanities Medal, e colabora regularmente nas páginas da New Yorker, depois de ter ensinado em Princeton e em Columbia e de ter sido editor da New York Review of Books e da New Republic.

A conjunção destas facetas – a do académico de Humanidades e a de colaborador em algumas das mais prestigiadas revistas culturais do mundo – espelha-se exemplarmente neste livro, como, de resto, noutros anteriores, como The Metaphysical Club: A Story of Ideas in America. Aqui, o método é o mesmo, mas o projecto mais ambicioso: no fundo, uma história cultural da Guerra Fria, do lado de cá da Cortina de Ferro, através de vinhetas biográficas de protagonistas como George Kennan, H. Arendt, Sartre e Beauvoir, Elvis Presley ou James Baldwin. Com uma prosa elegante, onde não faltam as incursões pelo gossip e pela petit histoire, por vezes demolidoras para os visados, Menand coloca cada personalidade em contexto, tomando-a como pretexto para abordar movimentos e tendências que marcaram a segunda metade do século XX. A perspectiva, claro, é predominantemente anglófila e norte-americana, o que se explica pela óbvia liderança da América sobre o “Mundo Livre” e pela hegemonia das suas indústrias culturais de massas.

Além de um festim para o intelecto, este é também o retrato de um outro tempo, então vivido como uma “idade da ansiedade” (W. H. Auden), hoje lembrado com torturada saudade. A.A.



Poesia

10

Das Mesmas Fontes

Das Mesmas Fontes de Fernando Guimarães | Afrontamento

Devemos saudar o regresso de um poeta que tem quase cem anos e ocupa um lugar importante na poesia portuguesa da 2.ª metade do séc. XX. Este livro, habitado pela enorme cultura literária e artística do seu autor, é ao mesmo tempo testamentário e de luto lúcido e sereno pela morte dos próximos. A.G.


9

Os Poemas

Os Poemas de Konstandinos Kavafis | Trad.: Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis | Relógio D’Água

O poeta de Alexandria exprimiu-se em voz secreta, sibilina, como se dissesse entre sombras uma verdade suspensa. O canto oculto do corpo, enleios fugazes, contactos prementes, furtivos, são a presa destes poemas, de um sensualismo contido: “As visões do teu erotismo”, disse-as Kavafis, “meio escondidas”. H.P.S.


8

Todos os Caminhos

Todos os Caminhos de Jorge Vaz de Carvalho | Assírio & Alvim

Percorrendo estes poemas, o leitor vai-se deixando perder e levar por encruzilhadas entre o passado e o futuro, de Delfos a Silves passando por Roma. Viagem num misto de admiração por esse passado, mas sentindo algum desencanto pela perda de uma certa ideia de beleza e de cultura. J.R.D.


7

Mulher ao Mar e Corsárias

Mulher ao Mar e Corsárias de Margarida Vale de Gato | Mariposa Azual

Este livro duplo, em que a capa de um (Mulher ao Mar) é a contracapa do outro (E Corsárias), prossegue e actualiza um livro matriz. O ímpeto é cada vez mais forte, e cada vez mais audível a afirmação feminista e a voz das mulheres “corsárias” (ou a fala em seu nome). Mas tudo isto sem concessões à transparência. A.G.


6

Poesia Completa

Poesia Completa de Roberto Bolaño | Trad.: Carlos Vaz Marques | Quetzal

A ficção de Bolaño está cheia de poetas, quase todos fracassados, famintos, acostumados ao fracasso, vagueando como sombras sem poiso. Prosa e poesia sempre se confundiram na sua obra como uma forma de arte superior. Este livro é o exemplo perfeito dessa sua capacidade de escrever em vários registos. J.R.D.


5

Trabalhar Cansa

Trabalhar Cansa de Cesare Pavese | Trad.: Vasco Gato | Penguin Clássicos

Censurado pelo governo de Mussolini, tornou-se num livro de culto ao romper com as correntes da poesia modernista. Neste livro de estreia de Pavese, o olhar lança-se sobre os proscritos: camponeses pobres, operários, prostitutas e bêbados. São figuras marginais em que o mundo interior se opõe ao ócio aparente. J.R.D.


4

O Sermão de Noé Dentro da Arca e Outros Poemas

O Sermão de Noé Dentro da Arca e Outros Poemas de José António Almeida | Não (edições)

Terceiro livro do ciclo Metamorfoses. O autor atinge um equilíbrio sofisticadíssimo entre o clássico e o moderno, entre as referências culturais eruditas e a fina observação da vida na “vila toda branca”, que o eleva a um lugar cimeiro na poesia portuguesa contemporânea. A.G.


3

They’ll Never Be the Same

They’ll Never Be the Same de Alberto Pimenta | Edições do Saguão

Em Ilhíada (Saguão, 2021), Pimenta encontrava na Ilíada o substrato para um périplo inesperado pela memória e as ilhas do Porto. Nos versos do seu mais recente livro, vive-se uma Odisseia muito diferente. Esta é a sombria gesta marítima dos desapossados, de “gente à espera de o/ continuar a ser”. H.P.S.


2

Levar Caminho II

Levar Caminho II de Manuel de Freitas | Averno

Este 2.º volume da poesia publicada de Manuel de Freitas reúne os livros que vão de Beau Séjour (2003) até Estádio (2008). Esta reunião é importante porque a obra deste poeta estava disseminada numa enorme quantidade de publicações (cerca de 40, com início em 2000, às vezes sob a forma de plaquetes) que, na sua dispersão, não permitiam traçar e avaliar um percurso marcado pela afirmação crítica, interventiva, reivindicando uma atitude no campo literário em desacordo com o seu tempo. A.G.


1

Poesia Completa

Poesia Completa de Horácio | Trad.: Frederico Lourenço | Quetzal

Por ser integral, esta edição traz de novo ao leitor deste século (e, em boa verdade, traria ao do anterior), pelo menos, uma obra de Horácio: os dois livros de Sátiras. As Odes haviam sido traduzidas, em 2008 (Livros Cotovia), por Pedro Braga Falcão, que viria a reeditá-las, em conjunto com os Epodos (Tinta-da-China, 2022). Este último tradutor já dera à estampa as Epístolas (Livros Cotovia, 2017), também este ano reeditadas (Edições 70). Em anos menos recentes, Raul M. Rosado Fernandes havia traduzido a chamada Arte Poética (Epístola aos Pisões, várias edições, a últimas das quais: Gulbenkian, 2012). Desculpe-se a secura da bibliografia, que pode originar duas interpretações. Horácio é um clássico muito traduzido, ou, se pensarmos que esse labor se iniciou, com Braga Falcão, há década e meia, talvez seja mais justo falar de um aceleramento e intensificação verificados nos últimos anos.

A edição de Frederico Lourenço, como as mais recentes que o helenista, tradutor e ficcionista tem feito de outros autores (como os gregos de Hesíodo a Teócrito, ou Vergílio), disponibiliza o texto bilingue (abrindo caminho aos aprendizes de classicista, ou simples curiosos, no que presta, sem dúvida, um serviço de louvar) e oferece ao leitor uma tradução que se pode facilmente adivinhar de excelência, mesmo para quem de latim tenha apenas escassas luzes e memórias difusas. Da fidelidade ao texto, pode dar conta o leitor atento, assim como da audácia de certos títulos, da responsabilidade do tradutor e classicista, como “Não És Vamp, És Porca”, do Epodo 12. H.P.S.