Um dia sem smartphone: Tomás desenhou o que se vê atrás do ecrã

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“Até que ponto estou dependente do telemóvel?” Foi a esta pergunta que Tomás Reis quis responder no final de 2018. Da reflexão pessoal, e em jeito de resolução "urgente" de ano novo, nasceu o novo projecto do urban sketcher: Um dia sem smartphone. O resultado foi uma série de desenhos "rápidos e expressivos" de lugares lisboetas que, no dia-a-dia, “estão escondidos” atrás do pequeno ecrã.

O tempo que passou a olhar para o telemóvel só no último ano foi a resposta motivacional de que precisava para desenvolver o projecto. “Mesmo que seja uma hora por dia — que, em média, deve ser mais — equivale a 20 dias num ano. Ou seja, passei tanto tempo a olhar para o telemóvel como os dias em que estive de férias”, conta o arquitecto de 28 anos, ao telefone com o P3. Feitas as contas, estava dado o alerta da dependência do smartphone. Decidiu, por isso, não pegar no telemóvel "pelo menos durante um dia".

Nestas 24 horas, Tomás comprou o jornal, leu as notícias, esteve atento ao "ambiente particular, com uma certa empatia", na barbearia, e observou o Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa. No fundo, retomou "hábitos de que as pessoas da mesma geração se esquecem". Fazendo parte do colectivo de urban sketchers portugueses há cerca de dois anos, o arquitecto, com um "gosto pelo desenho desde criança", decidiu desenhar todos estes pormenores que “não veria se estivesse ao telemóvel". Além de "estar entretido" durante o dia todo, confessa, "estava a gostar da experiência e a criar memória".

“Sendo millennial, sou da geração que não cresceu de smartphone na mão, o que pode ajudar a explicar porque senti pouco falta do dispositivo quase todo o dia." Mas esse objecto "é essencial no dia-a-dia". Por isso, este ano, prefere "usar as suas ferramentas com conta, peso e medida". Para que, "no final do dia", haja "sempre tempo para ler o jornal e ver o pôr-do-sol".

Gostas de fotografar e tens uma série que merece ser vista? Não consegues parar de desenhar, mas ninguém te liga nenhuma? Andas sempre com a câmara de filmar para produzir filmes que não saem da gaveta? Sim, tu também podes publicar no P3. Sabe aqui o que tens de fazer.