Eles fazem parkour para fugir à guerra na Síria

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São já seis anos de bombardeamentos e ataques aéreos em Inkhil, cidade síria que se localiza perto de uma linha da frente entre rebeldes e forças pró-governamentais. E são vários os jovens que, todos os dias, lhe dão vida. Saltam por cima de telhados, passam por janelas fragmentadas, balançam o seu trajecto através de edifícios em ruínas, danificados e despidos, de uma cidade esquecida pela guerra. Parkour é o nome deste desporto. E ao escalar paredes e correr sobre prédios e terrenos, estes jovens encontram uma forma de escapar à realidade que os rodeia, como confessaram à Reuters. “Quando salto de um ponto alto, sinto-me livre e é uma sensação da qual gosto”, admite Muhannad al-Kadiri “Adoro competir com os meus amigos, para ver quem consegue alcançar o ponto mais alto.” O grupo, constituído maioritariamente por rapazes de 15 anos, pratica parkour há cerca de dois anos, muitas vezes nas imediações da sua escola e, outras vezes, pela cidade, quando não há conflitos a decorrer. Os jovens filmam e fotografam os treinos e partilham-nos no Facebook, onde já contam com alguns seguidores. “[O parkour] É emocionante e depende da aptidão física e da habilidade”, explicou Ayman, um espectador com quem a agência noticiosa se cruzou. “Mas é perigoso, especialmente porque eles tentam [praticar parkour] em áreas danificadas. Espero que melhorem e aprendam novas manobras”, alerta. Treino não lhes falta. Sempre que podem, Kadiri e os amigos movimentam-se pelas ruínas, saltam sobre pilhas de escombros e dão cambalhotas no ar. “O parkour permite-nos fugir desta atmosfera de guerra e faz-nos esquecer a nossa dor e tristeza.”