Nos Caldeireiros, há um Porto nostálgico do passado que convive com a modernidade

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Sempre que se fala no Porto há lugares comuns que são inevitavelmente referidos. É-lhe conferido um carácter único de cidade onde as suas gentes são consideradas hospitaleiras, capazes de percorrerem quilómetros para garantir que um forasteiro perdido chegue ao seu destino. Gaba-se a gastronomia das tascas e o coração na boca dos seus habitantes que, seguramente e sem hesitar, dizem o que pensam e fazem questão de mostrar quando gostam ou não gostam de algo ou de alguém. Mito ou realidade, esta é uma das imagens de marca associada à Invicta, muitas vezes numa comparação directa, sobretudo, com a capital. Em oposição a esta ideia há um Porto onde este padrão se perde na multidão de turistas que nos últimos cinco anos percorrem a baixa e o centro histórico da cidade, que se foi equipando, de uma forma natural, em resposta à procura, com novos espaços dedicados ao gin, à tosta, às tapas, que agora são petiscos, ou ao hambúrguer artesanal. Circunscrito entre a Cordoaria, os Clérigos, os Lóios e a renovada Rua das Flores, locais de passagem massiva de turistas, está o quarteirão da Rua de Trás e dos Caldeireiros, zona da cidade onde outrora se situavam os ferreiros, latoeiros e anzoleiros. Até há cerca de 20 anos, este quarteirão localizado já nas entranhas do centro histórico, era zona conhecida como local de prostituição e de tráfico de droga. À margem dessa imagem negativa que carregou durante décadas conviviam nas duas ruas lojas centenárias com tascas frequentadas pelos moradores do bairro e de toda a cidade. Quem lá mora recorda os tempos em que se deixava a porta aberta e se fazia da rua esplanada, onde os vizinhos se encontravam. Hoje conserva o lado pitoresco de um bairro típico portuense, enquanto aprende a relacionar-se com a modernidade. Lê o artigo completo no PÚBLICO. André Vieira