Desafios da Enfermagem: da formação ao dia-a-dia da profissão

Tendo em conta a crescente mudança do paradigma da saúde, torna-se cada vez mais importante, o investimento do enfermeiro na sua educação e formação.

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Neste Dia Internacional do Enfermeiro é imperativo reconhecer a profunda dedicação e resiliência demonstradas por estes profissionais, diariamente. Este ano, é celebrado sob o lema "Os nossos enfermeiros. O nosso futuro. O poder económico dos cuidados", definido pelo International Council of Nurses.

Tendo em conta a crescente mudança do paradigma da saúde, torna-se cada vez mais importante, o investimento do enfermeiro na sua educação e formação, em resposta aos inúmeros reptos que lhe são colocados. Assim, é relevante refletir sobre os desafios que os enfermeiros enfrentam, desde o início da sua formação, até aos exigentes e diversificados contextos da prática clínica.

O caminho do enfermeiro inicia-se com uma formação abrangente e rigorosa, com o propósito de dotar os estudantes com os conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para agir, de acordo com as respostas das pessoas, aos seus processos de vida e/ou doença.

Em Portugal, os planos de estudos dos diferentes cursos de licenciatura em Enfermagem, possuem uma componente teórica, teórico-prática e de prática laboratorial, assim como diversos ensinos clínicos, realizados na comunidade e em instituições de saúde públicas e privadas.

Ao longo do seu percurso, são inúmeros os desafios enfrentados, enquanto estudantes e, posteriormente, enquanto enfermeiros. Trata-se de uma jornada contínua de desenvolvimento profissional e pessoal, onde os próprios se confrontam, por diversas vezes, com as suas emoções e fragilidades.

O testemunho do sofrimento e o contacto com a morte e com a vulnerabilidade humana são alguns desses desafios, podendo, inclusivamente, ter um importante impacto na saúde dos estudantes e profissionais. Particularmente, no cuidado à pessoa em situação de fim de vida, há o estabelecimento de uma relação, que, muitas vezes, torna-se árdua, pela singularidade e profundidade da comunicação, mas, sobretudo, pela envolvência e suporte necessários para o cuidado à pessoa e à sua família.

Ao longo do seu percurso, os estudantes necessitam de oportunidades para vivenciar estas situações e onde sejam proporcionados momentos de reflexão, esclarecimento e orientação. Apesar de complexos, é no contacto com estes desafios que os estudantes consolidam determinados princípios e valores, fortalecem a sua inteligência emocional e desenvolvem competências ao nível da compaixão, da humildade e da sensibilidade.

Estas vivências tornarão os nossos estudantes, e futuros enfermeiros, capazes de prestar melhores cuidados e cuidados mais humanizados. Hoje e todos os dias.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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