Um clássico marcado pelo “erro” no Sporting e a incerteza no FC Porto

Separados por 18 pontos na classificação, portistas e sportinguistas defrontam-se na 31.ª jornada da I Liga.

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Gyökeres está em dúvida para a partida frente ao FC Porto RODRIGO ANTUNES / REUTERS
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Quando, a 3 de Julho, foi conhecido o calendário para o I Liga 2023/24, um clássico entre FC Porto e Sporting a quatro jornadas do final campeonato foi apontado como um dos duelos que mais interesse podia despertar. A lógica apontava para um confronto na 31.ª jornada que teria certamente um peso decisivo nas contas finais da prova. Quase dez meses depois, a realidade é bem diferente.

Contudo, com as duas equipas separadas por 18 pontos e os “leões” a um pequeno passo do título nacional, o que iria passar-se dentro das quatros linhas passou para segundo plano na véspera do jogo. Na antevisão da recepção do FC Porto ao Sporting, Sérgio Conceição procurou fugir às perguntas sobre o anúncio da sua renovação e sobre a incerteza que os portistas viviam em dia de eleições, enquanto Rúben Amorim admitiu o “erro” de ter viajado a Inglaterra, num raro momento de desconforto do técnico sportinguista em conferências de imprensa.

Em condições normais, a grande notícia na antevisão do frente a frente entre “dragões” e “leões” seria a revelação feita por Amorim: “O Matheus Reis não está apto, o Antonio [Adán] não está apto e o Viktor [Gyökeres] tem ali um problema, vai ser convocado, mas ainda está em dúvida para o jogo.” No entanto, a notícia de que o goleador do Sporting, mais forte candidato a MVP do campeonato, pode não ser opção para o jogo no Dragão, passou para segundo plano. Culpa do “erro” do treinador “leonino”.

Procurando arrumar de vez o assunto, quando foi confrontado pela primeira vez com a sua viagem na segunda-feira a Londres, Amorim socorreu-se da frontalidade habitual parar “tirar o elefante da sala”. O técnico começou por referir que “o clube tinha conhecimento” da viagem, o que “é importante e muda o contexto”, apontando ao “ponto mais importante”, o treinador reconheceu a falha que cometeu.

“Obviamente que foi um erro a minha viagem, o timing foi completamente desajustado, não me pareceu na altura. Foi desajustado, ainda para mais quando sou tão exigente com os meus jogadores e sempre o primeiro a dizer que os problemas de cada um não se podem sobrepor à equipa. Por muito menos já retirei jogadores do plantel. Foi uma falha minha, tenho de assumir e viver com isso.”

Feito o esclarecimento, Rúben Amorim contornou todas as questões sobre o tema, procurando falar de futebol e do que o espera no Porto. “Vai ser o jogo mais difícil do campeonato. Sabemos o clube que é, sabemos do seu treinador [Sérgio Conceição], o orgulho que tem e o orgulho dos seus jogadores. Não estão na luta, nós estamos, queremos ganhar e ainda temos de fazer seis pontos para sermos campeões.”

Duas dezenas de minutos depois de terminar a conferência de imprensa do técnico do Sporting, foi Sérgio Conceição que se sentou em frente aos jornalistas, mas o treinador apenas aceitou responder a uma pergunta sobre o tema mais mediático, desvalorizando o anúncio da sua renovação nas vésperas das eleições mais concorridas da história do FC Porto: “O timing é o que menos belisca a opinião de todos os sócios do FC Porto. Acredito que não seja no último ou penúltimo dia que eles vão decidir alguma coisa que esteja dentro do programa dos candidatos. Queria dizer que meti no papel algo que já estava apalavrado com o presidente.”

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