385 maratonas em 351 dias: Russ Cook percorreu África de sul a norte

Foi assaltado em Angola, atormentado por lesões e afectado pelo calor tórrido, mas não parou. Depois de partir em Abril de 2023 do sul de África, Russ Cook chegou ao ponto mais a norte do continente.

Momento em que Russ chega ao ponto final do longo percurso
Fotogaleria
Momento em que Russ chega ao ponto final do longo percurso Reuters/Zoubeir Souissi
Britânico percorreu África de sul a norte
Fotogaleria
Britânico percorreu África de sul a norte Reuters/Zoubeir Souissi
Ouça este artigo
00:00
02:42

Russ Cook, de 27 anos, completou este domingo, ao chegar à Tunísia, a ligação do sul ao norte de África, num total de mais de 16.000 quilómetros, tornando-se na primeira pessoa a atravessar o continente africano a correr.

O aventureiro britânico chegou ao Cabo Angela, no extremo norte da Tunísia, ao final da tarde, diante de uma estela com a forma de uma escultura de África, cuja base tem a inscrição "Ponto mais setentrional do continente africano", testemunharam os jornalistas da AFP.

Foi recebido por familiares, que o abraçaram calorosamente, e por dezenas de tunisinos, que o aplaudiram à chegada, depois de uma viagem incrível. Cook partiu a 22 de Abril de 2023 do extremo sul da África do Sul para o seu "Projecto África".

Foto
Russ Cook tem 27 anos Zoubeir Souissi/Reuters

Pelo meio, atravessou dezasseis países africanos, percorrendo mais de 16.250 quilómetros, o equivalente a 385 maratonas em 351 dias. O jovem, com a alcunha de "hardest geezer", (em português, algo como "o tipo mais duro") correu através de montanhas, florestas tropicais e desertos, incluindo, claro, o Saara.

"Não acredito que está quase a acabar", escreveu este domingo de manhã na rede social X (antigo Twitter). Várias pessoas acompanharam-no nos seus últimos quilómetros. "Percorremos um longo caminho", escrevera no sábado.

O britânico chegou ao Cabo Angela com uma longa barba ruiva, que não aparava há meses.

Foto
Britãnico completou objectivo este domingo Zoubeir Souissi/Reuters

A sua viagem através de África não foi fácil. Depois de percorrer a África do Sul e a Namíbia em 50 dias, ele e a sua equipa foram assaltados. Câmaras, telemóveis, dinheiro e passaportes foram roubados em Angola. Também teve de interromper a corrida durante alguns dias devido a dores físicas. No Saara, teve de correr à noite para evitar o calor.

Ao longo da aventura, seguida por milhares de fãs através das redes sociais, Russ Cook conseguiu angariar mais de 574.000 libras (668.730 euros), que irá doar à organização britânica Running Charity, que ajuda jovens sem-abrigo.

Antes da sua partida, em Fevereiro de 2023, explicou à agência britânica PA que o seu objectivo era aproveitar a vida ao máximo.

Foto
Russ foi assaltado em Angola: ficou sem câmara, telemóvel e passaporte Zoubeir Souissi/Reuters

"Sou um homem completamente normal, por isso, se consigo fazer isso, espero que as pessoas possam aplicar isso nas suas vidas da forma que quiserem", afirmou.

"Para 99% das pessoas, não se trata de atravessar África a correr, mas talvez de perseguir um pouco mais os seus sonhos", disse.

O atleta não planeia descansar após a chegada ao Cabo Angela. Foi anunciada uma festa e Cook já planeou saborear um daiquiri.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários