Participação política. Há um “lugar da mulher” no poder local e não é nos cargos de poder

Apenas 29 dos 308 municípios do país são presididos por mulheres. Lei da paridade atenuou desigualdades, mas não se tornou um valor. A culpa dos partidos, os estereótipos e o caminho para a mudança.

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Carla Longo foi a primeira mulher a ser eleita na junta de freguesia de Pombal, em 2021 Paulo Pimenta
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Durante dois anos, com ou sem noitada de trabalho, os dias de Carla Longo começavam pelas oito da manhã. A gestão de uma equipa de homens – electricistas, pedreiros, empreiteiros – exigia mais do que apenas saber fazer. Exigia mostrar que sabia: “Ver, despachar, ver, despachar. Estava sempre no terreno”, conta a presidente da Junta de Freguesia de Pombal, distrito de Leiria. A licenciatura e o percurso profissional de 17 anos não certificavam a sua competência junto dos trabalhadores. “Sempre tinham sido geridos por homens, mais velhos, pessoas de referência da comunidade. E, de repente, chega uma mulher para mandar neles…”

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