A notícia do desemprego instalou o medo num segundo. Filipa A. ficara, de repente, de frente com o abismo. Sem trabalho, temia um regresso à vida passada, tão longe e sempre tão perto. “Peguei no telefone e liguei à doutora Daniela. Estava a chorar, desesperada. Aquilo podia levar-me a uma recaída.” Filipa A. – nome fictício de quem teme preconceitos – tem 30 anos de consumo de drogas no corpo. Mas nesse dia, em Outubro de 2023, estava “limpa” há coisa de três anos. Subia a longa escadaria da reinserção, sabendo que para cima custa, mas para trás a queda é rápida. “O medo da recaída está sempre presente.”
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