Fotojornalista Marco morre aos 87 anos no Porto

Pintor e fotógrafo, Armando José Moreira, conhecido pelo pseudónimo Marco, publicou vários livros e fez carreira no Diário de Notícias e no Jornal de Notícias.

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O pintor e fotógrafo Armando José Moreira, que usou o pseudónimo Marco DR
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O fotógrafo e pintor Armando José Moreira, que usou o nome artístico Marco, pelo qual era mais conhecido, morreu esta terça-feira no Porto, aos 87 anos, informou a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto (AJHLP).

Licenciado em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, depois de ter passado pela Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, onde “teve o pintor António Cruz como um dos seus dilectos mestres”, diz ainda o comunicado da AJHLP enviado à redacções, Armando Moreira enveredou depois pelo fotojornalismo, primeiro no Diário de Notícias e no semanário Musicalíssimo, e depois no diário portuense Jornal de Notícias, onde terminou a sua carreira profissional.

Enquanto artista plástico, fez a sua primeira exposição em 1965 na histórica Galeria Divulgação, no Porto, quando era ainda finalista da Escola Soares dos Reis, onde estudou vários saberes que depois veio a empregar na sua vida profissional de pintor, fotógrafo, fotojornalista e designer gráfico.

Mas a fotografia acabou por ser a sua principal actividade, tendo publicado vários álbuns com trabalhos seus – um deles prefaciado por Agustina Bessa-Luís – e realizado milhares de reportagens fotográficas para os jornais em que trabalhou. Um desses trabalhos ia-lhe mesmo custando a vida, já que foi atropelado quando cobria uma prova automobilística e ficou "entre a vida e a morte", lembra a AJHLP, da qual era associado.

Um dos seus livros mais procurados é o álbum Ribeira Douro, com fotografias a cores da zona ribeirinha portuense, que publicou em 1996 para assinalar a elevação do centro histórico do Porto a Património Cultural da Humanidade Mundial, e que inclui textos de Manuela Melo, então vereadora da Cultura da autarquia, e do crítico de arte Joaquim Matos Chaves.

Armando José Moreira nasceu em Paredes, na freguesia de Cete, mais precisamente no lugar do Marco, que quis evocar no seu pseudónimo. E embora a sua vida profissional se tivesse centrado no Porto, manteve sempre ligação a Paredes.

Orientou o Boletim Cultural de Paredes, lembra o jornalista Sérgio Almeida no obituário que o JN dedicou ao seu antigo fotojornalista, colaborou na imprensa local, e a sua última exposição, com curadoria do seu cunhado, o etnógrafo Manuel Ferreira Coelho, teve lugar em 2020 na Casa da Cultura de Paredes, onde esteve exposta uma selecção das suas pinturas e fotografias, da década de 60 ao presente.

Marco, como todos o conheciam, estava internado na Casa de Saúde de Boavista, no Porto, quando morreu.

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