Barcelona e Nápoles mostraram que crise não é palavra vã

Lewandowski e Osimhen foram os autores dos golos das duas equipas.

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João cancelo foi titular na equipa do Barcelona contra o Nápoles Reuters/CIRO DE LUCA
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Era um duelo que opunha duas equipas a atravessar uma crise de resultados e de expectativas. Nápoles e Barcelona estão longe dos objectivos a que se propuseram nas Ligas internas, com os napolitanos a ocuparem um incrível 10.º posto (a 27 pontos do primeiro classificado), depois de na época passada terem sido campeões e os catalães a serem terceiros em Espanha mas já a oito pontos do líder Real Madrid e também eles talvez já demasiado distantes para considerarem a hipótese de revalidarem o título. Por isso, a Liga dos Campeões é encarada por ambos os emblemas como uma possível “tábua de salvação” de uma temporada que a nível interno será para esquecer. Mas nesta quarta-feira, em Nápoles, deu para perceber que os problemas dos ainda campeões italianos e espanhóis são profundos e de difícil resolução. O empate a um golo foi um resultado quase inevitável.

Com um novo treinador em funções há apenas 48 horas, o Nápoles esteve mais ou menos perdido em campo, com uma atitude defensiva e expectante, entregando o controlo do jogo ao Barcelona — os napolitanos (onde Mário Rui não saiu do banco) apresentaram Francesco Calzona como o novo técnico da equipa na segunda-feira, com o italiano (que dirige igualmente a selecção da eslováquia) a substituir Walter Mazzarri, que, por sua vez, já tinha sido o substituto do despedido Rudi Garcia. Um sinal claro que a temporada dos ainda campeões italianos tem sido desastrosa: não foram capazes de somar mais do que duas vitórias consecutivas desde o início da época.

Foi por isso natural que o Barcelona tivesse sido a equipa mais perigosa em campo desde o primeiro minuto. Com João Cancelo a titular (dos melhores) e João Félix (saiu do banco aos 85’), foram dos catalães as únicas verdadeiras ocasiões de golo do encontro durante os primeiros 45 minutos: primeiro Lewandowski apareceu na pequena área a desviar a bola para a baliza, obrigando Meret a uma grande defesa após uma arrancada de João Cancelo; depois Gundogan forçou o guarda-redes italiano a mais uma grande defesa, desviando para canto um pontapé de fora de área do alemão.

Pouco para quem defrontava um adversário em estilhaços mas elucidativo de como este Barcelona também está longe de apresentar saúde.

A segunda parte iniciou-se com o Barcelona a desperdiçar mais uma boa ocasião, com novo remate de fora da área de Gundogan (desta vez frouxo) para defesa atenta de Meret. Mas este “Barça” é claramente uma equipa “doente”, com muitos jogadores sem confiança o que torna o seu futebol pouco intenso e sem imprevisibilidade.

Assim, num jogo entre duas equipas desinspiradas valeu a inspiração de duas das suas “estrelas”. Primeiro Lewandowski, com 35 anos, e que aos 60’, numa jogada de paciência dos catalães, recebeu um passe de Pedri à entrada da área adversária e inaugurou o marcador, assinando o seu quinto golo nos últimos quatro jogos e elevando para 20 o número de remates certeiros que já leva esta temporada.

Depois Osimhen, que 15 minutos depois, rodou sobre Iñigo Martínez e empatou de novo o marcador, numa jogada “à ponta de lança” do avançado nigeriano, e a única que os napolitanos foram capazes de levar com perigo até à baliza de Ter Stegen, apesar do “forcing” final.

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