Escravatura: BE quis “ressignificar” legado do conde de Ferreira, mas ninguém aceitou

Bloquistas propuseram na Assembleia Municipal do Porto “memoralizar” vítimas da escravatura no dia da morte do conde de Ferreira, que fez fortuna a traficar escravos. Mas proposta não passou.

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Em Maio do ano passado, duas obras artísticas expostas no Centro Hospitalar do Conde de Ferreira que expunham passado esclavagista do patrono do hospital foram censuradas FRANCISCO F. NEVES/LUSA
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Quase um ano após dois episódios de censura ocorridos na Bienal de Fotografia do Porto (BFP), o Bloco de Esquerda (BE) levou uma proposta à Assembleia Municipal (AMP) portuense para que se reflectisse “criticamente” sobre “o passado histórico de Portugal e do Porto” relacionado com a escravatura. Na sessão da AMP de segunda-feira à noite, os bloquistas propuseram que se levasse a cabo uma “ressignificação dos lugares associados ao conde de Ferreira”, que deixou obra na cidade e no país com dinheiro de fortuna que acumulou com o negócio de tráfico de escravos. O BE sugeriu que a 24 de Março, dia da morte do Conde de Ferreira (1782-1866), se passasse a lembrar as vítimas da escravatura, “memoralizando-as” no espaço público. Só que nenhuma das outras forças políticas representadas na assembleia acolheu a proposta.

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