Num trabalho sobre memória, Pedro Tudela mergulhou nas suas próprias recordações

A galeria VNBM inaugura este sábado uma exposição sobre escassez de água que nasce da colaboração com um latoeiro e um grupo de percussão locais.

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O artista plástico Pedro Tudela, que concebeu A Pele da Água na sequência de um convite da VNBM (inserido no programa de quatro residências e consequentes mostras anuais desta galeria), relaciona a escassez de água no planeta com a precariedade de “algumas práticas que estão a desaparecer”. Práticas como a de António Carvalho, o último latoeiro de Viseu que é um caso sem paralelo na sua família: nenhum dos filhos e netos seguiu os seus passos.​

No âmbito da exposição que está em vias de ser inaugurada, Pedro Tudela trabalhou não só com António Carvalho, como com as mais de 30 pessoas que compõem os Zés Pereiras das Cavalhadas, grupo local de percussão que anima as festas homónimas e outros eventos há 45 anos, desde que foi formalmente instituído. 

O líder dos Zés Pereiras quando estes estão a tocar é Ricardo Patrício. Jovem de 16 anos, toca bombo há dez. Tem “motores no coração” (está a estudar para ser mecânico), mas sugere que a música talvez corra no seu sangue. “Durante os primeiros 40 anos de Zés Pereiras, tivemos só dois ritmos. Neste momento temos nove — e vamos apresentar um décimo nas cavalhadas. A aldeia fica mais rica com mais toques”, garante.