Governo remete decisões sobre a VCI no Porto para o próximo executivo

Rui Moreira confirma que estão reunidas as condições para serem feitas decisões na reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna. Câmara de Matosinhos concorda com o cenário proposto.

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Frederico Francisco acredita que, desta vez, as medidas sejam levadas a cabo Nelson Garrido
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O actual Governo remeteu para um próximo executivo as decisões sobre a reordenação do trânsito na Via de Cintura Interna (VCI), uma vez que Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, defende estarem reunidas as condições para se seguir em frente.

"O presidente da Câmara Municipal do Porto acredita estarem reunidas as condições para se avançar com as alterações na VCI e disso mesmo deu nota informalmente ao secretário de Estado Adjunto e das Infra-estruturas. Contudo, a decisão de implementação, ou não, das referidas medidas deverá ser tomada pelo próximo Governo", pode ler-se numa resposta da Secretaria de Estado das Infra-estruturas à Lusa.

A Lusa tinha questionado o gabinete liderado por Frederico Francisco acerca da posição do autarca do Porto, noticiada pelo Porto Canal esta segunda-feira, 5 de Fevereiro, em que este se manifestava "mesmo convencido" de que, desta vez, se iriam fazer as alterações.

Num grupo de trabalho, criado em 2020, foram propostas 27 medidas, baseadas em três áreas temáticas: gestão de portagens, melhorias de infra-estruturas e a gestão das mesmas. O cenário sugerido, denominado G, consistia na redução tarifária no último pórtico sul da A28, na introdução de um novo pórtico na A28, a sul da intersecção com a A41, na eliminação dos dois pórticos existentes no tramo poente da A4 e na introdução de um novo pórtico entre a A4 (nascente) e a A3 (tramo sul).

A 22 de Janeiro, o autarca independente tinha exigido a aplicação das medidas para retirar pesados da Via de Cintura Interna (VCI), acordadas pelo grupo de trabalho em 2020, responsabilizando o Governo e Matosinhos pela não implementação das propostas.

No mesmo dia, a Câmara de Matosinhos defendeu que a mudança estrutural no cenário de trânsito só virá com a adopção do transporte público, após Rui Moreira ter responsabilizado o município pelo tráfego na VCI.

No entanto, a autarquia, liderada por Luísa Salgueiro (PS), admitiu concordar com o chamado cenário G, o que levou a que Rui Moreira comunicasse ao secretário de Estado que, no seu entendimento, estavam reunidas as condições para avançar com o projecto, segundo o Porto Canal.

Na Assembleia Municipal daquele dia, o movimento Aqui Há Porto!, que apoia o autarca, apresentou ainda uma moção, já aprovada, em que instava o Governo a isentar, por um período experimental de um ano, as portagens na A41-CREP.

A moção instava ainda o secretário de Estado Adjunto e das Infra-estruturas a aplicar taxas de portagens na VCI "a todo o tráfego de atravessamento", excepto "aquele que tem como origem e destino a cidade do Porto".

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