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Tractores bloqueiam avenidas de Barcelona no segundo dia de protestos dos agricultores espanhóis
Vaga de protestos dos agricultores europeus abrange agora Espanha. Corte de estradas também afectou vias próximas da fronteira portuguesa.
Milhares de tractores entupiram Barcelona esta quarta-feira, bloqueando algumas das principais vias da capital catalã, como a Avenida Diagonal e a Gran Vía, onde se lançou fogo-de-artifício, ecoaram tambores e se ouviram slogans como "o nosso fim, a vossa morte". O segundo dia de protesto dos agricultores espanhóis abrangeu outras regiões do país, levando ao corte de pelo menos 15 estradas. Múrcia, Logroño e Fuentes de Onoro, junto à fronteira portuguesa, foram outros palcos de protestos e de cortes de vias.
Entre os agricultores presentes em Barcelona, muitos terão feito mais de cinco horas de viagem. De acordo com o jornal La Vanguardia, os manifestantes ameaçavam não desmobilizar e pernoitar na cidade, enquanto aguardavam por notícias de uma reunião que teve início às 18h locais de quarta-feira (17h em Portugal continental) entre os representantes das plataformas agrícolas e o presidente da Generalitat, Pere Aragonès, e o ministro catalão para a Acção Climática, David Mascort.
Durante a tarde, no entanto, Pere Aragonès tinha já anunciado que o Governo ia activar um portal de ajuda aos encargos burocráticos na relação entre a Generalitat e os agricultores, bem como, segundo a Reuters, atribuir um subsídio adicional de 269 milhões de euros para cerca de 140 mil trabalhadores do sector agrícola. No dia anterior, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, propôs a retirada de uma meta comunitária para a redução, para metade, do uso de pesticidas.
As reivindicações dos manifestantes prendem-se não só com as regras ambientais impostas pela UE, mas também com dificuldades provocadas pela competição com importações baratas e pelo aumento generalizado dos custos de produção. Os protestos dos agricultores europeus, que tiveram início em França, estenderam-se já para muitos outros países como a Bélgica, Alemanha ou Portugal.
Texto de Carolina Bastos