Paulo Praça estreia A Meias, recriando canções ao piano e em duetos com cantoras

Anunciado com o inédito Baloiço, chega esta sexta-feira às plataformas digitais o novo álbum de Paulo Praça, que recria ao piano mais nove canções em duetos com cantoras.

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Paulo Praça PEDRO FERREIRA
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O anúncio foi feito em Maio de 2023, com uma canção inédita: Baloiço, cantada por Paulo Praça em dueto com Sónia Tavares e com videoclipe de João Rei Lima. Vinha aí novo álbum; e chegou agora, no início de Fevereiro. Está disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira e chama-se A Meias porque assenta todo ele em duetos, com cantoras que Paulo Praça admira e que resolveu convidar para se lhe juntarem neste projecto.

Além da canção inédita que o anunciou, Baloiço, também composta a meias (Paulo assina a letra em parceria com Gisela João e a música com Eurico Amorim, responsável pela produção), o disco inclui mais nove canções dos quatro álbuns anteriores: Disco de Cabeceira (2007), Dobro dos Sentidos (2010) e Um Lugar Para Ficar (2019) e Onde (2020).

“A ideia para este álbum”, explica o cantor e compositor ao PÚBLICO, “surgiu durante uma digressão do filme-concerto Onde, só com canções acompanhadas ao piano, onde eu no fundo percebi que não só as canções ganhavam outra dimensão (em termos harmónicos, melódicos e líricos), como eu próprio acabava por interpretá-las de outra forma. E pensei que gostava de fazer alguma coisa em que o piano fosse protagonista.” Porém, não quis fazê-lo sozinho: “Como há uma série de cantoras que admiro, achei que não fazia sentido que as canções ficassem só pela minha interpretação, e quis partilhá-las com outras vozes.”

E assim sucedeu, diz: “Acabei por escolher duas músicas de cada álbum, à excepção do Dobro dos Sentidos, que tem três. E depois de escolher as canções, e tendo em conta as cantoras que já tinha em mente, foi só pensar cada um em relação às canções escolhidas.”

Do primeiro álbum, Disco de Cabeceira, vieram Diz a verdade, cantada com Mónica Ferraz (dos Mesa) e À força da nossa voz, com Patrícia Antunes e Patrícia Silveira; do segundo, Dobro dos Sentidos, foram regravadas Arquitectura da ecologia, com Ana Deus, A vida começa agora, com Nicky Wells (que costuma acompanhar Nitin Sawhney) e A Ladaínha, esta cantada a três vozes, com Paulo Praça, Diana Martinez e Lika; do terceiro, Um Lugar Pra Ficar, vieram Coração vadio, em dueto com Cat, e A mesma canção, com Joana Amendoeira; e do mais recente, Onde, saíram À beira-mar, com Xana Abreu e A minha terra, com Uxía.

A gravação deste álbum, segundo Paulo Praça, estendeu-se “pelo período de um ano” e numa altura em que ele já avançara com outros trabalhos: “Neste momento, tenho dois álbuns em gaveta. Já estava a concluir a gravação de um deles quando decidi fazer este; e enquanto este estava em processo de acabamento e até ser editado, completei praticamente o outro.”

O processo de gravação de A Meias teve várias etapas: “Numa primeira fase, estivemos em casa do Eurico Amorim a trabalhar os arranjos para piano, porque sabíamos que o disco ia ser centrado no piano, embora depois pudesse ter apontamentos de outros instrumentos, como electrónica ou o Carl Minemann no contrabaixo em A minha terra. Depois fomos para o estúdio do Pedro Abrunhosa durante três a quatro dias fazer as gravações do piano, em takes únicos. E depois, já com a selecção das cantoras feitas, passámos à gravação das vozes.”

A apresentação ao vivo deste trabalho só deverá ocorrer no último trimestre do ano, porque até lá Paulo Praça estará ocupado com o regressado projecto Amália Hoje, de que faz parte juntamente com Nuno Gonçalves, Sónia Tavares (ambos dos The Gift) e Fernando Ribeiro (dos Moonspell). Mesmo assim, conta fazer alguns concertos com as canções de A Meias: “Serão poucos, e acho que será difícil, para não dizer impossível, reunir todas as cantoras num concerto. Está já marcado um, para 26 de Outubro, no Teatro Municipal de Vila do Conde [onde Paulo nasceu, em 1971] e depois irei fazer Porto, Lisboa e eventualmente mais algumas cidades. No Porto, conto ter as cantoras do Norte e em Lisboa as do Sul. E, se for possível reunir todas num concerto, assim o farei. Mas este é um disco mais para contemplar e ouvir e menos para replicar em palcos, ainda que nestes concertos ele seja apresentado em duetos.”

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