Governo designou nova administração da idD Portugal Defence após renúncia de três membros

Os administradores demissionários invocaram, “entre outras razões, bloqueio dos mecanismos de governo da sociedade e problemas de relacionamento entre os membros daquele órgão”.

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Ministra da Defesa teve se substituir administração das indústrias da Defesa Rui Gaudencio
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O Governo designou uma nova administração da idD Portugal Defence, a holding que gere as participações públicas nas empresas da Defesa, após a renúncia de três dos seus membros, tendo sido aberta uma inspecção à empresa.

Em comunicado, o Ministério da Defesa Nacional adiantou que o Governo designou Carlos Félix para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da idD Portugal Defence S.A., e Carla Tavares e Luís Ribeiro para os cargos de vogal, com efeitos a partir de amanhã, 13 de Janeiro.

Esta decisão, segundo o ministério tutelado por Helena Carreiras, ocorre "após a renúncia aos seus mandatos de três dos cinco membros do Conselho de Administração da empresa, comunicada no dia 26 de Dezembro, e da exoneração dos restantes membros daquele órgão decidida pelas tutelas da Defesa Nacional e das Finanças, em representação do accionista Estado".

Estas renúncias já tinham sido noticiadas numa reportagem da TVI, divulgada há uma semana, e, segundo o Ministério da Defesa Nacional, os administradores invocaram, "entre outras razões, bloqueio dos mecanismos de governo da sociedade e problemas de relacionamento entre os membros daquele órgão".

De acordo com a tutela, a Inspecção-Geral da Defesa Nacional está a realizar uma acção inspectiva à empresa, a pedido do Governo, "na sequência do reporte de circunstâncias anómalas e de alegações sobre situações de ingovernabilidade transmitidas pelos membros do Conselho de Administração que cessa funções".

No comunicado hoje enviado, o ministério sustenta que a substituição do Conselho de Administração da idD Portugal Defence "configura um ato necessário, urgente e inadiável para assegurar a gestão dos negócios públicos, salvaguardando o regular funcionamento da holding à qual estão cometidas as participações sociais que o Estado Português detém em empresas na área da Defesa".

"Ocorrendo no quadro de um governo em gestão, nos termos da lei e do Estatuto do Gestor Público a presente decisão está sujeita a confirmação pelo próximo governo", é salientado.

Os novos membros do Conselho de Administração "já foram objecto de avaliação e parecer pela CRESAP, a Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública", lê-se no comunicado.

Em Julho, a ministra da Defesa solicitou ao Tribunal de Contas uma auditoria financeira à idD Portugal Defence, depois de Marco Capitão Ferreira, ex-secretário de Estado que presidiu a esta "holding", ter sido constituído arguido no âmbito da operação "Tempestade Perfeita".

Apesar de em Julho ter sido constituído arguido, o Ministério Público, que em Agosto acusou 73 arguidos, decidiu investigar autonomamente as suspeitas de corrupção e participação económica em negócio relacionadas com um contrato de assessoria de 2019 entre Capitão Ferreira e a Direcção Geral de Recursos da Defesa Nacional.

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