Sissi com reeleição garantida no Egipto, impulsionado pela guerra em Gaza

Oposição acusa o Presidente egípcio de se aproveitar da ofensiva israelita em Gaza para distrair a população e passar para segundo plano a grave crise económica.

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Faixa de apoio à candidatura de Sissi no Cairo Reuters/AMR ABDALLAH DALSH
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O Presidente do Egipto, Abdel Fattah al-Sissi, deverá ser reeleito para um novo mandato de seis anos nas eleições presidenciais que se realizam entre domingo e terça-feira, e cujos resultados serão anunciados no dia 18 de Dezembro.

Há quase uma década no poder, Sissi apresenta-se como o garante de estabilidade numa região volátil, onde no último ano eclodiram dois conflitos nas fronteiras do Egipto, no Sudão e na Faixa de Gaza.

Os críticos da eleição presidencial, que vai decorrer nos próximos três dias, dizem que o processo será apenas um carimbo na reeleição de Sissi, após uma década de perseguições e de repressão dos opositores do regime. Ainda assim, as pressões económicas a que o Egipto está sujeito têm feito aumentar as críticas ao Presidente do país.

Segundo Khaled Dawoud, um dos líderes do Movimento Civil Democrático, uma coligação de partidos da oposição, a guerra em Gaza "foi um presente de Deus" para Sissi, já que lhe permite "pôr em segundo plano a eleição presidencial".

"É uma oportunidade fantástica para o Presidente agregar apoio à sua volta, especialmente em tempos de crise económica", diz Dawoud à agência Reuters.

Numa entrevista na televisão egípcia, na quarta-feira, o director de campanha de Sissi, Mahmoud Fawzy, justificou a fraca participação política com a atenção que o Presidente do Egipto "teve de dar à reconstrução do Estado".

"Quem quiser enfrentar o nosso candidato numa eleição deve pensar duas vezes, por uma razão: o nosso candidato tem obra feita e uma grande popularidade, mas a corrida está aberta a toda a gente", disse o responsável.

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